Artrose: doença acomete cerca de 15 milhões de brasileiros

Artrose: doença acomete cerca de 15 milhões de brasileiros

 

A artrose ou osteoartrite é o desgaste da cartilagem que reveste as articulações do corpo, dificultando os movimentos e atingindo principalmente idosos. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente, a doença já acomete 80% da população mundial com mais de 65 anos. No Brasil, esse número já representa aproximadamente 7% da população do país, o que corresponde a 15 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

Apesar da principal causa da doença ser o envelhecimento, outras condições podem contribuir para o surgimento do problema, como a obesidade, já que o excesso de peso sobrecarrega as articulações; exercícios físicos excessivos e sem orientações; histórico familiar; doenças reumatológicas; traumatismos (acidentes), entre outros.

No dia 25 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também é acometido pela doença na região do quadril, realizou um procedimento no Hospital Sírio Libânes para tratar de dores na região. Em uma live, o presidente informou que irá passar por um procedimento cirúrgico para o tratamento, pois além de evitar a dor, sente que a doença tem interferência direta em seu humor e nas atividades diárias.

A cirurgia pela qual o presidente irá passar consiste em colocar uma prótese no quadril e, em sua maioria, promete aliviar a dor e permitir um retorno às atividades normais do dia a dia do paciente.

Dr. Marco Aurélio S. Neves, médico ortopedista especialista em cirurgia de joelho e quadril, comenta que relatos como o do presidente são comuns por quem já tem uma artrose muito avançada, principalmente quando os medicamentos, a fisioterapia e até mesmo o procedimento de infiltração na articulação não são capazes de resolver o problema.

O especialista ainda destaca que, quando a doença está em um estágio tão avançado, qualquer medida que não seja a cirurgia, será paliativa. “O quadril é a maior articulação do nosso sistema musculoesquelético e sofre com o desgaste das cartilagens que revestem essas duas estruturas ósseas, provocando dor e, muitas vezes, limitando severamente a vida dos pacientes”, complementa.

Principais tratamentos para a artrose de quadril

O tratamento inicial é baseado em sessões de fisioterapia, que buscam fortalecer a musculatura, melhorar a amplitude dos movimentos e controlar as dores, contando também com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios em caso de crise.

Entretanto, Dr. Neves ressalta que esses medicamentos não devem ser usados de forma contínua, a fim de evitar efeitos colaterais, e que, em casos de obesidade, por exemplo, é necessária a prescrição de dieta e atividades físicas para a perda de peso, adaptações na intensidade e carga no caso de excessos nas práticas esportivas e atividades físicas ou substituição por opções mais adequadas, como natação e hidroginástica.

Já quando o tratamento não traz os resultados desejados, o caminho é a cirurgia para a colocação de uma prótese (artroplastia de quadril), a mesma que será realizada pelo atual presidente, podendo ser feita com o procedimento convencional ou com o uso de robô, sendo a segunda mais precisa e segura.

“Na cirurgia de prótese de quadril, é feita a troca do quadril doente ou danificado por um implante, que consiste em uma haste femoral com uma cabeça (esfera) e uma taça de encaixe (concha acetabular e revestimento)”, explica Dr. Marco Aurélio S. Neves. O procedimento é indicado quando há um quadro de dor intensa que impede o trabalho e as atividades cotidianas e quando a dor não pode ser controlada apenas por remédios, resultado de uma rigidez significativa do músculo do quadril.

Um apontamento da SBQ (Sociedade Brasileira do Quadril) mostrou que as áreas do joelho e do quadril são as mais afetadas pela doença e que 10 milhões de brasileiros são acometidos pela mesma. Para o médico ortopedista, a conscientização e a mudança de hábitos também são fatores que devem e podem ser levados em consideração para o alívio da dor. “É possível recuperar a qualidade de vida perdida se houver um diagnóstico assertivo e um tratamento com orientações adequadas” finaliza o especialista.

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Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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