IA pode eliminar 92 milhões de empregos até 2030; veja quais carreiras podem ser poupadas

IA pode eliminar 92 milhões de empregos até 2030; veja quais carreiras podem ser poupadas

 

Estimativas do FMI e WEF apontam impacto severo, mas há espaço para adaptação e novas oportunidades

A rápida expansão da inteligência artificial (IA) promete transformar profundamente o mercado de trabalho até 2030. Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, a tecnologia pode extinguir até 92 milhões de vagas nos próximos cinco anos, embora também tenha potencial para gerar até 170 milhões de novos empregos — num balanço complicado entre riscos e oportunidades.

Desde 2022, as empresas públicas nos Estados Unidos reduziram o quadro presencial em 3,5%, enquanto cerca de 20% das companhias do S&P 500 encolheram significativamente. Gigantes como Microsoft, Hewlett Packard e Procter & Gamble já cortaram milhares de postos. A Amazon, sob o comando de Andy Jassy, anunciou novas demissões, em meio à rápida adoção de IA. Paralelamente, empresas como Shopify e Duolingo impõem rigorosas barreiras para novas contratações presenciais, privilegiando iniciativas que demonstrem real valor humano frente à automação.

 

Andy Jassy já admitiu que Amazon precisa cortar pessoal

Dados da OCDE indicam que 25% dos empregos globais podem desaparecer com a adoção acelerada da IA. Uma análise do FMI em 2024 destaca que 60% da força de trabalho nos países desenvolvidos será afetada — metade negativamente, metade de forma positiva. Já nas economias emergentes, o impacto recai sobre cerca de 40% dos postos, enquanto em países de baixa renda esse índice é de 26%. Contudo, esses últimos deverão receber menos ganhos em produtividade, potencialmente aumentando a desigualdade.

A principal diferença desta revolução em relação às anteriores — marcada pela automação de tarefas manuais — é o foco atual nos trabalhadores com maior escolaridade. Funções administrativas e intelectuais, como contadores, redatores técnicos, programadores de sites, analistas de dados e profissionais de inserção de dados, estão entre os mais vulneráveis, segundo pesquisa do Pew Research Center.

Por outro lado, profissões que exigem forte componente manual ou interpessoal têm menor exposição ao risco de automação. Atividades como operário da construção, cuidador infantil e bombeiro figuram como menos suscetíveis à substituição por máquinas.

Nesse contexto, crescem os debates sobre os impactos sociais da IA. Líderes religiosos expressam preocupação com a dignidade humana: o Papa Leão XIV advertiu contra possíveis consequências futuras da tecnologia. Em contrapartida, especialistas do Instituto de Pesquisa sobre o Trabalho da Alemanha, como Enzo Weber, ressaltam que a IA não necessariamente elimina empregos, mas pode transformar funções. Segundo ele, a tecnologia “ajuda os humanos a desenvolverem novas tarefas e executá-las melhor, ao invés de substituí-los”.

Um estudo recente de economistas de Harvard – David Deming, Christopher Ong e Lawrence Summers – reforça essa perspectiva. O trio afirma que “automatizar uma tarefa antes laboriosa pode tornar os trabalhadores tão mais produtivos que o output adicional compensa o fato de que parte do seu trabalho agora é feito por uma máquina”. Contudo, alertam que “o impacto será abrangente e duradouro” e se estenderá por décadas.

 

O que vem pela frente?

Será que esta será a relação entre IA e humanos no futuro?

O futuro é incerto: o impacto real da IA dependerá da qualidade da integração tecnológica no ambiente corporativo e da disposição de trabalhadores e empresas em adotá-la plenamente.

A adaptação é essencial: especialistas recomendam treinamento contínuo e capacitação ativa dos funcionários, para que acompanhem e potencialmente liderem essa revolução.

Em resumo, a IA promete um cenário de grandes transformações: ameaça significativa para diversos segmentos, mas também uma chance para um novo ciclo de produtividade e inovação. O sucesso virá da capacidade de adaptação de empresas e profissionais diante desse novo paradigma.

 

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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