Câncer avança entre jovens: diagnósticos crescem 284% no SUS

Câncer avança entre jovens: diagnósticos crescem 284% no SUS

Alerta! Os diagnósticos de câncer em adultos jovens no Brasil estão disparando, e os números são preocupantes. Um estudo recente divulgado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) revelou um aumento alarmante de 284% nos casos de câncer em pessoas de 18 a 50 anos entre 2013 e 2024. Isso significa que, em pouco mais de uma década, os registros saltaram de 45,5 mil para 174,9 mil. É um choque!

Os tipos de câncer mais comuns nessa faixa etária são os de mama, colorretal e fígado, com o câncer de mama liderando as estatísticas. E o que mais me impressiona é que cerca de 75% desses pacientes dependem do SUS para o tratamento. Mas especialistas alertam: os números reais podem ser ainda maiores, já que faltam dados consolidados da saúde suplementar. A situação é tão crítica que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) admitiu que não consegue mensurar a incidência de câncer na rede privada devido à falta de notificações compulsórias desde 2010. Uma falha grave que precisa ser corrigida urgentemente.

O oncologista Samuel Aguiar, do A.C.Camargo Cancer Center, foi enfático ao afirmar que o câncer colorretal é uma “doença de estilo de vida”.

“Só 5% dos casos são hereditários; mais de 90% têm relação com alimentação, sedentarismo e obesidade” – explicou o oncologista Samuel Aguiar, do A.C.Camargo Cancer Center.

Essa declaração me faz refletir sobre as nossas escolhas diárias e como elas podem impactar nossa saúde a longo prazo. Jovens expostos a dietas industrializadas e pouca atividade física estão se tornando cada vez mais vulneráveis a essa doença.

Fatores de risco e a importância da prevenção

Outro ponto crucial é a baixa adesão ao rastreamento precoce. Exames como a colonoscopia, que poderiam detectar o câncer colorretal em estágios iniciais, raramente são feitos antes dos 50 anos. Os fatores de risco mudaram: antes associados à idade avançada e ao tabagismo, agora estão ligados ao nosso cotidiano moderno, como alimentação pobre em fibras, estresse, sobrepeso e noites mal dormidas. A obesidade, em particular, é um agravante, desencadeando processos inflamatórios que favorecem mutações genéticas. É um ciclo vicioso que precisa ser interrompido.

Sumara Abdo, médica nuclear do Instituto Nacional de Câncer (INCA), fez um alerta importante:

“Precisamos parar de associar o câncer a idosos. O corpo fala, e o diagnóstico precoce salva. No INCA, vemos mulheres de 30 anos com tumores agressivos e sem histórico familiar” – alertou Sumara Abdo, médica nuclear do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Essa declaração me faz pensar em quantas vidas poderiam ser salvas se os programas de prevenção e diagnóstico precoce fossem ampliados, considerando histórico familiar, obesidade e sintomas persistentes.

Desafios e o futuro da luta contra o câncer

Apesar dos avanços, o sistema de saúde ainda não atende plenamente o novo perfil dos pacientes. Isabella Drummond, oncologista, destacou que a demora entre o diagnóstico e o início do tratamento continua sendo um obstáculo. Muitos pacientes não conseguem iniciar o tratamento dentro dos 60 dias previstos por lei. Além disso, terapias mais modernas e testes genéticos ainda são quase exclusivos do setor privado, o que aprofunda a desigualdade no acesso ao tratamento.

Diante desse cenário, é fundamental que o governo e a sociedade se unam para ampliar os programas de prevenção, garantir o acesso igualitário ao diagnóstico e tratamento, e investir em pesquisas para desenvolver terapias mais eficazes. A luta contra o câncer é uma causa de todos nós, e cada vida salva é uma vitória para a humanidade. Adotar um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada, atividade física regular e sono de qualidade, é o primeiro passo para reduzir o risco e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.

Do Quando Acontece

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *