Valmir “aumenta o tom” contra Mitidieri e clima político “esquenta” para 2026

Quando todas as atenções se voltavam para a disputa pelas duas vagas para o Senado Federal no próximo ano, quando já temos pelo menos oito pré-candidaturas especuladas, eis que o prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), mesmo temporariamente inelegível, decidiu assumir a posição como um dos líderes da oposição e passou a fazer críticas duras ao governo de Fábio Mitidieri (PSD), inclusive relembrando as polêmicas da eleição de 2022, quando sua candidatura ao Poder Executivo foi indeferida pela Justiça Eleitoral.
Não custa lembrar que, naquele pleito, Valmir emergiu como uma liderança popular expressiva e que, literalmente, “caiu no gosto” da população, obtendo quase 458 mil votos no primeiro turno daquele pleito, superando o então senador Rogério Carvalho (PT) que obteve 338.796 votos e o hoje governador Fábio Mitidieri que teve 294.936 votos, ficando em terceiro lugar no geral, e conseguiu a “virada” na Grande Aracaju, no turno decisivo, quando teve o apoio do eleitorado bolsonarista após a aliança política entre Valmir e Rogério Carvalho, que findou sendo decisiva naquele momento.
Aproximadamente uma semana depois do resultado do primeiro turno da eleição de 2022, Valmir de Francisquinho reconquistou seus direitos políticos após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por 6×1, que não retroagiu para colocá-lo no 2º turno contra o segundo colocado à época, Rogério Carvalho. Eleito em 2024 para um terceiro mandato na Prefeitura de Itabaiana, pouco tempo depois Valmir novamente ficou inelegível, desta vez por decisão da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE), ainda pelo processo do Matadouro Municipal.
Desde então, mesmo “assediado” por uma parcela importante do eleitorado e com as pesquisas de intenção de votos apontando que Valmir ainda é a liderança mais expressiva da oposição ao governo do Estado, ele se mostrou mais focado na gestão da Prefeitura de Itabaiana. Esse “recuo” de Francisquinho permitiu que surgissem especulações sobre pré-candidaturas ao governo do deputado federal Thiago de Joaldo (PP); do vice-prefeito de Aracaju, Ricardo Marques (Cidadania); do ex-prefeito de Itabaiana, Adailton Sousa (PL); e da prefeita da capital, Emília Corrêa (PL).
Alguns setores da imprensa tentaram construir uma narrativa de “rachadura” na oposição ao governo, tese que saiu um pouco do contexto após os recentes festejos juninos, quando as principais lideranças, dentre elas, Emília e Valmir, começaram a trocar elogios e a se prestigiarem com mais frequência. E mesmo que o diálogo para 2026 ainda seja tímido entre os adversários do governo do Estado, a impressão é que, nos últimos dias, Francisquinho decidiu “dar o tom” neste período pré-eleitoral e decidiu “partir para cima” do governador.
Na “troca de farpas” recente com Fábio Mitidieri, através de veículos de imprensa, Valmir reassumiu seu protagonismo enquanto pré-candidato ao governo no próximo ano, percebendo que mesmo inelegível, sua liderança incomoda (e muito) a maioria de seus adversários em Sergipe. Os “governistas de plantão” apostam que o prefeito seguirá impedido e não poderá disputar o pleito no próximo ano, mas esquecem que Valmir pode, já com antecedência, indicar um nome que possa liderar a oposição e representar seus ideais de olho na eleição. Suas falas “aqueceram” o ambiente…
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