O “impacto social” das eleições unificadas que só irão beneficiar os políticos!

Este colunista tem consciência que vai “mexer num vespeiro”, mas ouvindo todos os argumentos da classe política e olhando especialmente para aqueles que precisam da ação do poder público, é hora de chamar a atenção para os “perigos” que teremos com a unificação das eleições a partir de 2034. Por enquanto a proposta está tramitando no Congresso Nacional, e há muito caminho para ela percorrer, mas existem sempre “dois lados da moeda” e já por isso é preciso ser verdadeiro com a sociedade.
Dando logo aquele “chute na canela” da maioria dos políticos brasileiros (inclusive os sergipanos), este colunista vai direto ao ponto: quem é contra as eleições a cada dois anos é porque se sente incomodado (a) em ter que gastar fortunas de dinheiro para se eleger (ou reeleger). A maioria não está pensando na população, em seus munícipes, como o “marketing” insinua a cada pleito. A compra de votos é assustadora, ano que vem o dinheiro terá um peso ainda maior e quem fiscaliza permanece em “silêncio”…
Muitos “políticos profissionais” já fazem cálculos sobre estimativa de gastos para disputar uma eleição para governador, para senador, deputado federal e estadual, para prefeito e vereador! Ex-mandatários já não querem mais disputar, alegando que o processo político “ficou muito caro”! Em breve, só disputarão a eleição para ganhar pré-candidatos “afortunados”, empresários e “laranjas” a serviço de grupos que não têm compromisso com os interesses da coletividade…
A eleição a cada dois anos é benéfica para a sociedade que, através das redes sociais e dos setores da imprensa que não se “vendem” ou “dobram” para determinados governantes, pode fiscalizar e cobrar, principalmente sobre as promessas que foram feitas durante a campanha eleitoral e que não foram cumpridas. Qual o governador ou prefeito, que sabendo que não terá a reeleição, e que só haverá novo pleito cinco anos depois, vai se preocupar com as críticas do povo ou de abnegados da imprensa?
Mas “o buraco é ainda mais fundo”! Temos uma realidade onde o eleitorado brasileiro tem a cultura de apoiar este ou aquele candidato na expectativa de conseguir um emprego dentro da gestão pública. Mesmo que não haja nenhuma ilegalidade nisso, vivemos sob uma realidade difícil da redução de postos de trabalho e fechamento de alguns empreendimentos. O setor empresarial está muito ressentido e preocupado com o futuro e o desemprego tende a ser uma realidade constante!
Imaginem o “impacto social” em centenas de cidades brasileiras, inclusive aqui em Sergipe, se as gestões estaduais e municipais se estenderem por cinco anos, considerando que as poucas oportunidades de emprego estão nas Prefeituras ou no Estado em diversos municípios, que mesmo indevidamente movimentam e aquecem a economia de determinados lugares, como garantir a dignidade e a própria sobrevivência das tantas famílias?
Este colunista entende que Prefeituras e o Governo do Estado não podem servir de “cabide de empregos”, mas mandatos mais longos, com eleições a cada cinco anos, como manter o sustento de quem vai ficar fora das gestões, considerando que faltam oportunidades na maioria dos municípios brasileiros? Haverá quem ache este comentário indevido, mas ele traduz o que acontece na realidade no Brasil. E já fica a torcida para que esta proposta não evolua da forma como está colocada em BSB…
Da 93Notícias