“Não falo nem ouço”: Silvinei Vasques portava carta alegando câncer terminal no cérebro ao ser preso no Paraguai
Ex-diretor da PRF tentava embarcar para El Salvador com documento em espanhol. Texto afirmava que ele perdeu a fala e a audição devido a um tumor agressivo e buscava tratamento no exterior.
Novos detalhes sobre a tentativa de fuga do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, impressionam pela elaboração. No momento de sua prisão, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional de Assunção, no Paraguai, ele portava uma carta escrita em espanhol com alegações dramáticas sobre sua saúde.
No documento, apresentado às autoridades aeroportuárias, Vasques afirmava não poder se comunicar verbalmente nem ouvir, justificando a condição com um diagnóstico de Glioblastoma Multiforme grau IV, um tipo agressivo de câncer cerebral.
A estratégia do silêncio
A carta funcionava como um “escudo” para evitar interrogatórios imediatos.
“Informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave […] Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada. Se for necessário, a comunicação pode ser realizada por escrito”, dizia um trecho do texto.
Apesar de alegar a incapacidade de comunicação, o documento ressaltava que ele estava “completamente lúcido, consciente e em condições clínicas de realizar a viagem”.
Justificativa para a viagem
O texto também servia para justificar sua rota de fuga. A carta alegava que Silvinei havia realizado quimioterapia e radioterapia em Foz do Iguaçu (PR) em dezembro de 2025 e que, naquele momento, viajava para El Salvador (com conexão no Panamá) para um suposto tratamento de “radiocirurgia”, descrito como moderno e capaz de prolongar sua vida.
A Polícia Federal brasileira, no entanto, aponta que a viagem era uma fuga para evitar o cumprimento da pena de 24 anos imposta pelo STF. O ex-diretor rompeu a tornozeleira eletrônica em Santa Catarina antes de cruzar a fronteira.
Da 93Notícias