Dificilmente um agrupamento elegerá dois senadores no próximo ano

Dificilmente um agrupamento elegerá dois senadores no próximo ano

 

As movimentações políticas estão aquecidas em Sergipe e quem está pensando em buscar a eleição (ou reeleição) no próximo ano já está “costurando” apoios pelo interior, construindo alianças com prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias. Uma das disputas mais acirradas previstas para 2026 certamente passará pelas duas vagas de senador da República. Os mandatários Alessandro Vieira (MDB) e Rogério Carvalho (PT), não estão entre os “favoritos”, mas não podem ser ignorados.

Em 2018 quando venceram a eleição, o cenário político não era tão diferente, considerando que tínhamos a mesma polarização entre Direita e Esquerda, mas Alessandro foi muito beneficiado “pegando carona” na “onda Bolsonarista” e mesmo sem qualquer favoritismo, surpreendeu na reta final da campanha e teve uma votação assustadora, contrariando todos os institutos de pesquisa. Rogério também não favoritava e certamente pela concentração de votos da oposição a Jair Bolsonaro.

Olhando o cenário atual, Alessandro perdeu quase que completamente o apoio do eleitor mais conservador e de Direita, após sua mudança de postura no Congresso contra o governo Bolsonaro e se alinhando em muitas pautas do governo Lula (PT). Eleito na oposição, hoje o senador adotou uma linha “governista” também em Sergipe, apostando todas as fichas no segundo voto do governador Fábio Mitidieri (o primeiro voto já anunciado é para o ex-deputado André Moura).

Falando no governador, recentemente ele se declarou a favor da reeleição do presidente Lula, mas descartando qualquer aproximação de Rogério Carvalho. Algo incompatível na leitura deste colunista, considerando que no momento decisivo o PT (sergipano e nacional) vai reivindicar um espaço para o senador na chapa, e com a precipitação de Mitidieri em anunciar o apoio presidencial, talvez ele não tenha como recuar em 2026 e seja obrigado a “engolir o sapo” e sacrificar algum aliado para apoiar Rogério.

Mantendo-se a polarização nacional entre Direita e Esquerda, quem se fortalece, pelo menos no discurso, é Rogério Carvalho. André Moura vai fortalecendo seu projeto costurando alianças pelo interior, assim como Alessandro que vem sendo ajudado pelo governo do Estado, fazendo parcerias com prefeitos e vereadores. Há de se lembrar que, mesmo muito prejudicado, o ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), mantém o sonho de disputar o Senado, apostando que pode surpreender lá na frente.

Pela oposição são pré-candidatos ao Senado o ex-deputado Rodrigo Valadares (União), o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) e o ex-prefeito Adaílton Sousa (PL). O primeiro tem o apoio de Jair Bolsonaro e da prefeita Emília Corrêa (PL), que também já declarou apoio para Amorim; o terceiro conta com o apoio do prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL). Nos três casos são nomes bem competitivos e as pesquisas para consumo interno sinalizam que um deles tem tudo para vencer em 2026.

É evidente que ainda há muito por acontecer até o próximo ano, mas está claro para este colunista que dificilmente um agrupamento político conseguirá eleger dois senadores, ainda mais se mantendo a polarização do cenário nacional entre Direita e Esquerda. O governo deverá eleger um nome e a oposição outro. Agora, qualquer um dos lados que for para a disputa com “divergências internas”, correrá o risco de não eleger ninguém e entregar a vantagem para os adversários…

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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