Depatri identifica fraude de R$ 300 mil em emissão de laudos falsos de perda total por falha elétrica

Depatri identifica fraude de R$ 300 mil em emissão de laudos falsos de perda total por falha elétrica

 

Dois técnicos de uma empresa de emissão de laudos foram indiciados por estelionato praticado contra concessionária de energia elétrica

O Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), por meio da Delegacia de Defraudações, elucidou uma série de fraudes contra a empresa Energisa. As ações delituosas ocasionaram um prejuízo estimado em R$ 300 mil. As irregularidades teriam ocorrido na rede de distribuição de energia nas cidades de Aracaju, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro.

De acordo com a delegada Suirá Paim, em abril deste ano o Depatri foi acionado pela Energisa. A companhia elétrica comunicou a suspeita de fraude praticada contra a empresa. “Nos foi relatado que, no ano de 2022, chamou a atenção o aumento exponencial dos pedidos de ressarcimento de danos em equipamentos ocasionados por intercorrências na distribuição de energia elétrica”, detalhou.

Segundo a delegada Lauana Guedes, chamou a atenção que apenas uma empresa com assinatura de dois técnicos era responsável pela emissão desses laudos. “No decorrer da investigação, ficou constatado que os laudos eram falsos e que os equipamentos, muitas vezes, precisavam de um mero reparo”, complementou a delegada.

Conforme Suirá Paim, os processos eram de indenização por perda total ou com valores muito elevados. “Foi verificado também que todos esses laudos foram emitidos pela mesma empresa e sempre eram assinados pelos mesmo técnicos”, evidenciou a delegada.

Durante as investigações, o Depatri verificou que os danos foram causados intencionalmente. “Foi feita uma contraprova, e esses equipamentos foram analisados novamente. Em muitos deles, havia marcas de centelhas indicando que o dano foi causado intencionalmente. O cliente recebia esse equipamento embalado e era informado que deveria guardá-lo pois a Energia poderia solicitá-lo para análise”, relatou Suirá Paim.

Ainda segundo a delegada, os clientes recebiam o laudo pronto que era entregue na Energisa com o pedido de ressarcimento. “Muitas vezes o pedido era negado pela empresa, e o cliente entrava em contato com os técnicos que informam todo o trâmite que o cliente deveria seguir para que a indenização fosse paga”, acrescentou Suirá.

Quando o cliente recebia o pagamento da indenização, era solicitado que o cliente repassasse o valor para os técnicos que tinham confeccionado os laudos falsos, conforme verificado na apuração policial conduzida pelo Depatri.

Suirá Paim informou ainda que os clientes, muitas vezes, procuravam a empresa até mesmo na internet. “Há clientes que relataram o susto com o valor que foi depositado em sua conta. Um cliente teve R$ 25 mil depositados em sua conta. Ao questionar sobre o valor, a empresa de laudos solicitou R$ 19 mil, ficando com R$ 4 mil que era o valor real do equipamento”, descreveu a dinâmica do crime.

Como resultado da investigação, duas pessoas foram indiciadas. “Os dois técnicos foram identificados e foram indiciados pela prática de estelionato, cujo inquérito policial já foi finalizado e remetido à Justiça. Os técnicos agravaram o problema que era de mero reparo e diziam que ali existia perda total. Os clientes figuravam como testemunhas, pois não houve comprovação de que eles tinham conhecimento da emissão desse laudo”, pontuou Lauana Guedes.

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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