Caso Uilson de Sá: investigação atesta morte de ativista ambiental por asfixia durante autoerotismo | Polícia
O ativista ambiental Uilson de Sá Souza morreu em decorrência de asfixia por estrangulamento auto-provocado de maneira acidental. O resultado da investigação da Polícia Civil de Sergipe foi apresentado durante entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (30).
De acordo com o inquérito, o corpo continha amarrações individuais feitas pela própria vítima, não havendo possibilidade de homicídio. Ele foi encontrado estendido no chão do aposento, com cintos envoltos nas coxas e cabos de elétricos enrolados nos braços, pernas e no pescoço, individualmente.
O material não prejudicava a mobilidade dos membros superiores e inferiores da vítima, mas tinham “objetivo diverso de imobilizar”, estando relacionada a práticas sexuais, como masoquismo e autoflagelo.
“[Haviam] sinais de estrangulamento (somente sulcos das amarrações nos braços, pernas e pescoço) em um dos cômodos da residência. Não foram evidenciados elementos que pudessem sugerir a presença de uma segunda pessoa no ambiente no momento do ocorrido, apenas digitais e perfis genéticos da própria vítima”, informou.
Imagens de câmeras de vigilância de estabelecimentos comerciais da localidade também foram analisadas, mas não havia nenhuma movimentação relativa ao caso. No imóvel, foram encontrados conteúdo erótico, pornográfico e de uso sexual (filmes, preservativos e gel lubrificante), além de medicamentos e anotações de cunho religioso.
Ao todo, foram emitidos cinco laudos periciais: de morte violenta, perícia genética forense, toxicologia forense, computação forense e pericial cadavérico. A apuração policial foi conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com laudos emitidos pelos institutos Médico Legal (IML), de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e de Criminalística (IC). A investigação foi acompanhada pela Polícia Federal.
Relembre o caso
O líder comunitário era presidente da Associação de Catadoras e Catadores de Mangaba. Ele desempenhava um papel essencial na defesa da reserva extrativista das mangabeiras e era um religioso verbita, conhecido como missionário das obras.
Uilson estava no Programa de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH) há quatros anos e recebia acompanhamento policial individualizado por sofrer ameaças de morte.
Do A8/Lagarto