Por que católicos não podem comer carne na Semana Santa? Entenda todas as restrições e o SIGNIFICADO da data

Por que católicos não podem comer carne na Semana Santa? Entenda todas as restrições e o SIGNIFICADO da data

 

A Semana Santa é um dos períodos de maior comoção e mobilização sociais do tempo litúrgico cristão; veja o que não “pode” ser feito

A Semana Santa é um dos períodos de maior comoção e mobilização do tempo litúrgico cristão. Ano após ano, a Igreja Católica recomenda a adoção e suspensão de uma série de hábitos, em forma de reflexão.

De maneira simplificada, a Semana Santa é o período em que os cristãos se preparam, em reflexão, para relembrar o denominado “Tríduo Pascal”, ou seja, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

A Igreja Católica reserva, assim, uma semana completa para que seja revivido o momento litúrgico, uma vez que o intuito é o de que os cristãos se assemelhem ao próprio Cristo, que já tinha ciência do que aconteceria e, com uma série de feitos, se preparou para o encontro com Deus, autor do sacrifício.

O QUE NÃO PODE FAZER NA SEMANA SANTA?

Para o período, recomenda-se que os cristãos adotem, com uma maior frequência, hábitos que alimentem não o corpo, que é capaz de morrer, mas o Espírito Santo, autor da vida eterna.

Por isso, não se trata de uma obrigação do cristão suspender ou adotar hábitos ruins e bons, mas de um dever, uma vez que o objetivo do período é afastar esse público do pecado, característica do que é humano, e aumentar a força espiritual com a aproximação do que é santificado.

Já na Quaresma, que se inicia na Quarta-Feira de Cinzas de Carnaval, os cristãos começam a se preparar para a Páscoa.

Entenda cada uma das recomendações:

JEJUM

O jejum é uma das principais formas do crescimento espiritual e afastamento do pecado, uma vez que, por meio da abstenção de um alimento que é tido como indispensável no dia a dia, o anseio por consumi-lo cresce.

À medida que aprende a “recusar” o anseio, o cristão exerce domínio espiritual sobre o aspecto carnal humano, o que fortifica sua capacidade de resistência às tentações e, assim, o afasta do pecado.

Exceto na Sexta-Feira Santa, não é uma regra que deva ser suspensa a carne. Se o intuito é provocar o anseio para aumentar a resistência, o cristão deve suspender qualquer alimento que fará falta diariamente ao longo do período.

PENITÊNCIA

Semelhante ao jejum, a penitência também consiste em suspender um hábito para o fortalecimento espiritual. Nesse caso, no entanto, essa suspensão não se restringe a um hábito alimentar.

O significado de penitência, diferente do castigo, está atrelado à aplicação de uma pena que provocará uma reflexão e uma mudança positiva, pois não tem o intuito de castigar, mas de ensinar.

No presente caso, a penitência consiste em uma auto punição pelos pecados cometidos, de modo que a vontade de fazer o que foi suspenso relembre o praticante de seus pecados e seja nutrido um arrependimento seguido de um aprendizado.

A intenção é a mesma do jejum: suspender algo que fará falta no dia a dia. São exemplos práticos de penitência, a exemplo, a abstenção do uso de alguma rede social ao longo de todo período.

ORAÇÃO

Assim como há hábitos de suspensão, há hábitos de adoção. Após serem feitas as abstenções, o cristão é orientado a adotar a oração, hábito que naturalmente já deveria ser parte da rotina desse público.

Enquanto o cristão é punido pelas suspensões, a oração é uma prática que o aproximará de Deus e, para reforçar que não basta apenas livrar-se do pecado, mas que é preciso, também, aproximar-se da santidade.

CARIDADE

Por último, a caridade está relacionada à capacidade do cristão de se despender do que não mais precisa e, também, de reconhecer a necessidade de seu semelhante, sendo ou não capaz de atendê-la.

O intuito também é o de colocar em prática propósitos básicos da religião, como a bondade, a gentileza, a compreensão e o desapego mundano.

POR QUE NÃO PODE COMER CARNE NA SEMANA SANTA?

Hoje, a Igreja Católica recomenda a suspensão da carne vermelha apenas na Sexta-Feira Santa, não mais ao longo da Semana Santa, embora alguns cristãos ainda pratiquem dessa forma.

O significado da abstenção está na memória ao derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz, no momento de seu sacrifício.

Mais uma vez, é importante ressaltar que o jejum não está restrito a um alimento específico ao longo da Quaresma, já que o intuito é o de suspender aquilo que o seu corpo (a carne) mais sentirá falta de consumir.

Assim, ao invés de alimentar o corpo com que foi suspenso, é o espírito que passará a ser alimentado, quando houver um controle e domínio das vontades carnais.

QUANDO COMEÇA O FERIADO DA SEMANA SANTA 2023?

Embora o período equivalha a uma semana inteira, o feriado da Semana Santa está restrito a um único dia: a Sexta-Feira da Paixão, dia 7 de abril.

O período, portanto, corresponde às seguintes datas, cuja apenas uma tem o feriado institucionalizado, no Brasil.

2 de abril: Domingo de Ramos;
3 de abril: Segunda-Feira Santa;
4 de abril: Terça-Feira Santa;
5 de abril: Quarta-Feira Santa;
6 de abril: Quinta-Feira Santa;
7 de abril: Sexta-Feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão; (Feriado Nacional)
8 de abril: Sábado de Aleluia ou Sábado de Lázaro;
9 de abril: Domingo de Páscoa.

SIGNIFICADO DOS DIAS DA SEMANA SANTA

Entenda no que implica cada dia da Semana Santa:

DOMINGO DE RAMOS, 2 DE ABRIL
É quando acontece a última entrada de Jesus Cristo, enquanto pessoa física, em Jerusalém. Sem adornos ou transporte sofisticado, Jesus é aclamado pelos judeus, que o louvam por ser o filho do Senhor.

Nesse momento, Jesus contraria as expectativas dos romanos acerca de quem seria o Messias, mostrando-se um homem simples.

SEGUNDA-FEIRA SANTA, 3 DE ABRIL
Após chegar em Jerusalém, Jesus descansou na casa de Lázaro, seu amigo, junto a Marta e a Maria Madalena.

TERÇA-FEIRA SANTA, 4 DE ABRIL
Já ciente do sacrifício, Jesus anuncia sua morte a seus apóstolos. É a primeira vez em que ele anuncia que será traído e negado por Judas e Pedro, sem mencionar Judas.

QUARTA-FEIRA SANTA, 5 DE ABRIL
A Igreja Católica realiza, neste dia, a Procissão do Encontro, com imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos, em lembrança ao doloroso encontro entre Mãe e Filho.

QUINTA-FEIRA SANTA, 6 DE ABRIL
Através da Última Ceia, Jesus instaura a Eucaristia, que deve ser feita por seus discípulos em sua memória, a partir de seu corpo (pão) e de seu sangue (vinho).

Na Igreja, celebra-se a Missa de Lava-Pés, pois, na ocasião, Jesus se reuniu com seus 12 apóstolos e levou os pés de cada um.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO, 7 DE ABRIL
É o dia da crucificação de Cristo, que é preso e açoitado por Pilatos enquanto carrega uma cruz até o Monte Calvário, para ser morto ao meio-dia.

Jesus é sacrificado ao lado de dois ladrões e seu corpo é posto em um sepulcro, dentro de uma rocha.

SÁBADO DE ALELUIA, 8 DE ABRIL
No Sábado de Lázaro, a Igreja realiza a Vigília Pascal. Para o povo, a morte de Jesus, que não volta a aparecer, parece irreversível.

DOMINGO DE PÁSCOA, 9 DE ABRIL
A Igreja celebra a ressureição de Jesus Cristo enquanto Espírito Santo, no terceiro dia após a sua crucificação.

Por JC Online

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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