PCC: descoberto esquema bilionário com mais de 700 empresas de fachada; interior de Sergipe aparece na investigação

Fraudes no setor de combustíveis alimentavam rede de fundos de investimento usados pelo crime organizado para ocultar patrimônio.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou um dos maiores esquemas financeiros já investigados no país, envolvendo fraudes bilionárias no setor de combustíveis e um complexo sistema de empresas de fachada e fundos de investimento usados para lavagem de dinheiro.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, mais de 700 empresas foram identificadas em nome de laranjas.
Sergipe no mapa do esquema
Um detalhe que chamou a atenção dos promotores foi a descoberta de cinco pessoas em uma cidade do interior de Sergipe, com cerca de 10 mil habitantes, que figuravam como gestoras de fundos bilionários, apesar de exercerem profissões comuns.
“Uma dessas pessoas chegou a ter 100 empresas registradas em seu nome”, revelou o promotor João Paulo Gabriel.
De acordo com o Gaeco, o grupo criminoso usava amplamente a constituição de empresas de fachada (shell companies) para ocultar patrimônio e dificultar o rastreamento do dinheiro.
“Estamos falando de uma rede muito grande, extremamente estruturada para blindagem. Só neste levantamento, já identificamos mais de 700 empresas”, acrescentou Gabriel.
Fundos e gestoras envolvidas
A investigação aponta que pelo menos 40 fundos de investimento eram administrados pelo crime organizado. Entre as empresas citadas estão Reag, Genial, Trustee e Buriti, além de Altinvest, Banvox e BFL.
A suspeita é de que os fundos funcionavam como instrumentos de ocultação de patrimônio ilícito, movimentando valores na casa dos bilhões de reais.
Próximos passos
O MPSP segue no rastreamento da rede, que pode se desdobrar em ações criminais e civis contra os envolvidos, incluindo sanções financeiras e bloqueio de bens.
Da 93Notícias