Novembro dedicado à consciência negra
E nesse mês tão importante não podemos deixar de falar sobre o racismo estrutural. Mas você sabe o que isso significa?
Vamos lá: é o tipo de discriminação que privilegia algumas raças em detrimento das outras. No Brasil, essa distinção favorece os brancos e desfavorece tanto negros como índios. Temos que ressaltar que não é normal a desigualdade de raça nas práticas sociais, como também nas decisões políticas e institucionais e nas principais relações interpessoais.
De acordo com Silvio Almeida, todo o racismo ele é estrutural, porque estrutura todas as instituições. Não é só uma questão moral, nem jurídica e nem econômica, é o todo. É tempo de reafirmar a resistência do povo brasileiro. “Precisamos colocar a história no seu devido lugar”, afirma Regina Lúcia, do Movimento Negro Unificado (MNU).
O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. Há décadas o mês de novembro tem se tornado referência para atividades que inspiram a luta, resistência e, principalmente, a rebeldia do povo negro, que historicamente tem sido os sujeitos do enfrentamento ao racismo articulado nas diversas esferas da sociedade.
Neste mês, as atividades de luta do Movimento Negro e de diversos setores organizados, reafirmam o black power, que quer dizer “poder negro”, o orgulho da identidade negra, que é uma das dimensões da consciência negra. Essas ações reconhecem o legado de Zumbi, Dandara, Maria Quitéria, Carlos Marighella, Luiz Gama e entre outros lutadores e lutadoras que doaram suas vidas ao povo.
Que não podemos deixar de lembrar, pois sua importância foi bem mais que um dia ou um mês inteiro, mas uma vida.
Por Elissandra Nascimento Santana, servidora pública, professora, mestre e doutora em Educação.