Iphan confirma que irá resgatar Canoa de Tolda Luzitânia

Canoa está afundada entre os estados de Alagoas e Sergipe (Foto: divulgação)

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou que irá resgatar até esta terça-feira, 15, a Canoa de Tolda Luzitânia, que afundou no Rio São Francisco entre os estados de Alagoas e Sergipe. A remoção foi determinada pela  Justiça Federal de Sergipe (JFSE) a pedido da Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco, que alegou não ter recursos financeiros. O órgão federal entrou com recurso, mas a decisão foi mantida.

De acordo com a nota divulgada pelo Instituto, os trâmites para a remoção estão sendo feitos juntamente a Marinha do Brasil. Os recursos para a remoção já haviam sido liberados, mas houve mudança na empresa contratada para proceder com a operação.

O Iphan ainda informou que convocou o apoio da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. “Para evitar o encalhe da canoa e não danificar sua estrutura, o pedido foi para que as defluências médias diárias das UHEs de Sobradinho e Xingó não sejam reduzidas no período da operação. Também foi solicitado apoio emergencial à Marinha do Brasil e à Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas – SR/PF/AL”.

Ainda segundo o Iphan, para que sejam possíveis as indispensáveis ações para conservação e restauração da Canoa de Tolda, a embarcação será transportada para a JM Marina, local seguro no município de Traipu (AL). A Capitania dos Portos de Alagoas foi acionada para acompanhar toda a operação.

Entenda

A Canoa de Tolda Luzitânia estava ancorada desde 2015, no Povoado Mato da Onça, em Pão de Açúcar/AL . Ela é propriedade da Sociedade Socioambiental do Baixo São Francisco desde 1999 e, desde lá, a ONG que se encarrega de mantê-la e preserva-la. Em 2010, a canoa foi reconhecida como patrimônio público pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A embarcação está submersa nas águas do rio São Francisco desde o dia 24 de janeiro. Ela tombou no período de cheia provocado pelo aumento da vazão na Hidrelétrica de Xingó, que chegou 4.000 m³/s. Tombada pelo Iphan, a embarcação é considerada peça única no patrimônio cultural naval brasileiro e relevante no patrimônio naval mundial. Último exemplar desse tipo na região do São Francisco, a canoa também é a única que foi utilizada por Lampião em sua passagem na região.

 

Por Milton Filho e Verlane Estácio

 

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados