Brasil disputa Jogos Paralímpicos de Paris com apoio maciço do Bolsa Atleta
Dos 280 convocados para o evento, 274 ou 97,8% são bolsistas do programa. Dos demais seis, quatro já receberam o benefício em algum momento da carreira.
O Brasil vai disputar os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 com a maior delegação da história em um evento fora do país. São 280 atletas no total. E a importância do Programa Bolsa Atleta do Governo Federal fica clara: 274 dos convocados, ou 97,8%, fazem parte do programa. Dos seis que não fazem parte atualmente, quatro já estiveram em editais anteriores. Os outros dois são guias, que correm ao lado de atletas com deficiência visual. O primeiro edital do Bolsa Atleta em que atletas-guia puderam ser contemplados foi o de dezembro de 2023, após a aprovação da Lei Geral do Esporte.
A delegação brasileira terá representantes em 20 das 22 modalidades: Atletismo, Badminton, Bocha, Canoagem, Ciclismo, Esgrima, Futebol de cegos, Goalball, Halterofilismo, Hipismo, Judô, Natação, Remo, Taekwondo, Tênis, Tênis de Mesa, Tiro com Arco, Tiro Esportivo, Triatlo e Vôlei sentado. Em 17 das 20 modalidades com representantes brasileiros, 100% dos atletas do país fazem parte do Bolsa Atleta.
Eles chegam à França apoiados por um investimento maciço do Governo Federal. No ano passado, o aporte total superou os R$ 300 milhões. Nesse valor está abrigado o tripé que hoje representa a maior fonte de recursos específicos do esporte de alto desempenho, formado pela Lei das Loterias, o Bolsa Atleta e a Lei de Incentivo ao Esporte.
Em 2023, o Bolsa Atleta investiu R$ 121 milhões em atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas, para um recorde de 8.292 bolsas concedidas. Em 2024, o recorde foi ampliado, com mais de 9 mil atletas contemplados. O investimento supera os R$ 160 milhões.
Em 2024, ano em que completa 20 anos, o maior programa de patrocínio direto a atletas do mundo também foi reajustado após 14 anos. O presidente Lula assinou decreto que aumentou os valores das bolsas em 10,86%.
“O Bolsa Atleta é um incentivo que vai diretamente para os nossos atletas. Isso faz toda a diferença na preparação deles. No esporte paralímpico, esse apoio é ainda mais importante. Além disso, temos uma Secretaria que acompanha de perto o desenvolvimento do Paradesporto e desenvolve ações e programas específicos. Tudo isso para que nossos esportistas tenham uma infraestrutura adequada e possam focar apenas em treinar e competir”, afirma o ministro do Esporte, André Fufuca.
“Eu costumo dizer que o programa Bolsa Atleta tem um impacto decisivo no grande salto que o paradesporto brasileiro deu, nos últimos anos. Basta lembrar que em 1996 o Brasil figurava no 37º lugar do ranking mundial do paradesporto. Já na edição de 2020 dos Jogos Paralímpicos, o time brasileiro conquistou a sua melhor posição, alcançando o sétimo lugar no ranking e recorde de medalhas. Isso não deixa nenhuma dúvida sobre a relevância do Bolsa Atleta para o paradesporto brasileiro”, complementa o secretário Nacional de Paradesporto, Fábio Araújo.
O Brasil tem 373 medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos, em 11 edições. São 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes. As três modalidades que mais garantiram pódios ao país são atletismo (170 medalhas – 48 ouros, 70 pratas e 52 bronzes), natação (125 medalhas – 40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes) e judô (25 medalhas – cinco ouros, nove pratas e 11 bronzes). A melhor campanha do país nos Jogos foi na última edição, em Tóquio 2020, ocasião em que o país ficou na sétima posição, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 medalhas no total.
Mais investimentos
A Lei de Incentivo ao Esporte também quebrou recordes em 2023. Foram 5.883 projetos apresentados, um aumento de 93% em relação a 2022. Também foi alcançada a marca histórica de mais de R$ 948 milhões captados e um milhão de beneficiários atendidos. No recorte de propostas voltadas para o esporte de alto desempenho, são 2.178 projetos apresentados e R$ 196,7 milhões captados.
Por meio da Lei das Loterias, foram repassados no ano passado R$ 223,2 milhões ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Para o Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP), foram repassados R$ 15,8 milhões.
Além disso, o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebeu R$ 149,630 milhões de investimentos do Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, para sua construção. Maior legado dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o CT tem instalações esportivas indoor e outdoor que servem para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções em 20 modalidades paralímpicas.
O CT ainda conta com área residencial com alojamentos com capacidade para 300 leitos, refeitório, lavanderia e um setor administrativo com salas, auditórios e outros espaços de apoio. No Centro de Treinamento funciona a sede administrativa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na qual atuam mais de 300 profissionais de diversas áreas.
O CT Paralímpico ter por missão desenvolver ações que possam posicionar o país entre as maiores potências esportivas do mundo. A construção do primeiro Centro de Treinamento Paralímpico do Brasil foi oficializada em janeiro de 2013, em São Paulo. O objetivo, também, é desenvolver iniciativas que ajudem a massificar o esporte paralímpico no Brasil e auxiliar na inclusão da pessoa com deficiência em nossa sociedade.
Esses investimentos fornecem os recursos necessários para a preparação dos atletas e ajudam a criar uma infraestrutura adequada para treinamento e competições. Com o apoio governamental, atletas podem se concentrar totalmente em seus treinamentos, sem se preocupar com outras questões.
Focados em alcançar o melhor desempenho possível, nossos atletas servem como exemplo para jovens e adultos, ajudando a promover a prática esportiva como ferramenta fundamental para o aumento da qualidade de vida no país e também inspirando crianças e jovens a buscarem no esporte um caminho saudável e de inclusão social.
Da 93Notícias