Forró Caju 2025 chega ao Bugio e agita a Zona Norte da capital

Na noite desta sexta-feira, 6, a zona norte de Aracaju foi tomada pela animação do forró. Moradores da região e de outras partes da cidade se concentraram no bairro Bugio para prestigiar a abertura da programação do Forró Caju, que este ano reforça sua proposta de descentralização com apresentações nos bairros. O palco montado na Rua Vereador Pedro Alcântara Carvalho, batizado em homenagem ao sanfoneiro “Josa, o Vaqueiro do Sertão”, recebeu grandes nomes da música nordestina.
A primeira apresentação da noite ficou por conta de Lucas Campelo, sanfoneiro sergipano, professor de acordeon no Conservatório de Música de Sergipe e integrante da Orquestra Sanfônica de Aracaju. Campelo levou ao palco um repertório que transitou entre o forró tradicional e outros gêneros que marcaram época. Ao comentar a descentralização do evento, ele elogiou a iniciativa da gestão municipal. “A gestão tem feito um trabalho importante, fundamental, necessário, porque eu acho que é como tem que ser feito. Se não tinha sido feito, ou os momentos que não teve isso, isso é que não estava certo. Porque cultura é a história da gente, cultura é o natural da gente. O que a gente convive, o que a gente se expressa, a vida das pessoas. Então tudo isso vem por meio da sua maneira de se expressar, através da arte, e se transforma em cultura também no decorrer do tempo. Então eu acho que está fazendo um caminho muito bonito”, comentou.
A participação de Virgínia Fontes também foi um dos pontos altos da noite. Única mulher a se apresentar na estreia da programação no Bugio, ela levou ao palco sua história de três décadas no Forró Caju, trajetória que, segundo ela, se confunde com a própria história do evento. “As expectativas sempre são novas, de cada apresentação, de cada ano, de inovar, de sempre estar se revelando. Por exemplo, as pessoas ficam na expectativa do meu figurino. Isso dá essa expectativa maravilhosa. E o forró, como eu sempre falo, é o forró autêntico. Esse ano, parabenizando a prefeitura por essa apresentação nos bairros. Foi muito bem para a nossa cidade”, disse.
Seguindo a linha do forró de raiz, Targino Gondim foi outra grande atração da noite. Com seu carisma e talento, o artista trouxe ao palco sucessos consagrados como “Esperando na Janela”, fazendo o público dançar do início ao fim. Vencedor do Grammy Latino, ele reforçou a importância de manter viva a essência da festa junina. “A sanfona tem que ser a protagonista da festa, ela comanda a festa, ela é a dona da casa. A gente está mais feliz, que as pessoas estão mais ávidas, ansiosas, aguardando a apresentação dos sanfoneiros, sanfoneiras, forrozeiros e forrozeiras. Então, é motivo pra gente ficar muito feliz e vir aqui no Forró Caju, em Aracaju, que é a terra do forró, é especial pra todo artista. Então fico muito feliz em vir aqui, encontrar vocês, encontrar o público, poder cantar para eles”, declarou.
A poesia também teve seu espaço na programação com a apresentação de Santanna, O Cantador. Herdeiro musical e amigo pessoal de Luiz Gonzaga, Santanna emocionou o público com canções que atravessam o tempo e permanecem atuais por sua força cultural. Ele falou sobre a missão de manter viva a autenticidade do forró em meio às mudanças do mercado musical. “No mundo, tudo muda. Como dizia Chico Science: “Se você dá dois passos pra frente, já não está mais no mesmo lugar”. A gente precisa acolher essas transformações com sabedoria. Essas mudanças sempre existiram. Mas tem uma coisa que eu sempre digo: não existe nada mais moderno do que a verdade. E se for verdadeiro, permanece.”
Um momento marcante da noite veio com o grande encontro de Santanna e Targino Gondim no palco. Amigos de longa data, os dois dividiram canções emblemáticas do São João, arrancando aplausos entusiasmados do público. “Fico muito feliz em reencontrar amigos artistas, como Santanna, que é um parceiro de longa data. A gente tem um carinho mútuo, justamente por essa sintonia que ele tem com a obra de Luiz Gonzaga, assim como eu também tenho”, comentou Targino.
Encerrando a programação da noite, o sergipano Luiz Fontineli, natural de Porto da Folha, subiu ao palco para levar o melhor do forró. Autor da música “Sergipe, O Meu Lugar”, símbolo da Sergipanidade, o artista celebrou a escolha da prefeitura de levar o Forró Caju aos bairros. “Essa descentralização foi um acerto, um tiro certeiro para a cultura sergipana, principalmente. E o espaço que foi aberto para todos os artistas sergipanos, os forrozeiros, ocupando os espaços foi essencial”, concluiu.
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