Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica começa na segunda (16), em Brasília

Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica começa na segunda (16), em Brasília

 

Evento será realizado no Centro de Convenções ‘Ulysses Guimarães’ até o dia 22

Brasília recebe, de 16 a 22 de outubro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica. A abertura será às 9h e tem como tema “Futuro Conectado: educação profissional para reconstruir o Brasil”, buscando trazer novas perspectivas a partir do intercâmbio de informações e ideias e da partilha de conhecimento. O objetivo é estimular a socialização do conhecimento científico como ferramenta de transformação social, de forma atrelada ao futuro e à conexão com a educação profissional e tecnológica.

O evento tem entrada gratuita e oferece atividades para divulgar e ampliar o conhecimento do público sobre a modalidade educacional. Contará com mais de 50 instituições participantes e realizará seminários, exposição em estandes de 280 projetos e pesquisas das instituições de EPT, oficinas, mesas-redondas, área para projetos de inovação e da cultura maker e apresentações culturais. O Instituto Federal de Sergipe (IFS) é a instituição com maior número de projetos selecionados. São nove no total. Sendo 4 do Campus Estância, 4 do Campus Lagarto e 1 do Campus Nossa Senhora do Socorro.

Os trabalhos que serão apresentados pelo IFS estão inseridos em seis eixos temáticos. Robótica e Inteligência Artificial, com o maior número de projetos: ‘Submarino de Baixo Custo para Inspeção de Solda’; ‘Futebol de Robôs como Ferramenta de Pesquisa, Ensino e Aprendizagem para Estudantes de Nível Básico’; ‘Assistente Virtual com Raspberry Pi Integrado ao Chat GPT’ e ‘Pró-Maker – Desenvolvimento de um kit de robótica educacional sem o uso de telas’.

Os outros eixos são: Robótica e Programação, com o projeto ‘Introdução do robô seguidor de linha como ferramenta de pesquisa, ensino e aprimoramento do conhecimento para alunos em estágios iniciais de sua educação’; Gamer, que tem como projeto ‘LearnBots para o ensino de robótica e programação’; Transformação Digital / Gamer / Realidade Virtual, com o projeto ‘Realidade Virtual para Treinamento e Capacitação em Segurança do Trabalho’; Sustentabilidade, que conta com o projeto ‘Ecotech: Trilhas interpretativas com assessoria tecnológica para aprimorar o ecoturismo e fortalecer as comunidades tradicionais’ e; Agropecuária e Agroindústria, com o projeto ‘Tratotek’.

Sobre os Projetos

Dentro da temática , o projeto ‘ pretende ajudar as indústrias petrolíferas a enfrentar um desafio constante com a manutenção das soldas em ambientes subaquáticos. A tarefa envolve riscos significativos para os trabalhadores, que podem encontrar vida marinha hostil ou ficar sem oxigênio durante suas missões perigosas.

Neste contexto, a robótica subaquática surge como uma solução viável para contornar esses problemas, permitindo o envio de veículos subaquáticos não tripulados para realizar inspeções. Esses robôs se enquadram em duas categorias principais: os Veículos Operados Remotamente (ROV), que se comunicam com os operadores por meio de cabos umbilicais, e os Veículos Subaquáticos Autônomos (AUV), que operam de forma independente e não requerem cabos, mas eles custam caro.

Sendo assim, surge a necessidade premente de desenvolver um robô subaquático acessível, de baixo custo, que permita que um número maior de pessoas explore o campo da robótica subaquática e contribua com soluções para a indústria petrolífera. O submarino desenvolvido neste projeto é adequado para realizar inspeções de solda, pois é equipado com um sistema de controle de profundidade e uma câmera integrada que permite ao operador visualizar o ambiente com facilidade.

Dessa forma, essa iniciativa não apenas atende às necessidades da indústria petrolífera, mas também promove o acesso à robótica subaquática, capacitando mais pessoas a contribuírem com soluções inovadoras e acessíveis para desafios subaquáticos complexos.

Já o projeto ‘Futebol de Robôs’ é uma plataforma educacional interdisciplinar e inovadora para estudantes de nível básico, que abrange os campos da robótica industrial, inteligência artificial e ensino de tecnologia. O ensino de robótica para estudantes de nível básico enfrenta diversos desafios que incluem a falta de acessibilidade, a complexidade técnica e a necessidade de estimular o interesse pela tecnologia desde cedo. No entanto, uma solução promissora para superar essas dificuldades é a incorporação do futebol de robôs como parte do currículo educacional.

Este projeto de pesquisa explora seu potencial como uma ferramenta de aprendizagem holística. Na área da robótica industrial, o futebol de robôs oferece uma base sólida para futuros estudos, ensinando aos alunos conceitos de mecânica, eletrônica e controle de movimento. A inteligência artificial também desempenha um papel crucial, pois os alunos programam algoritmos para que os robôs tomem decisões autônomas em tempo real.

O projeto ‘Assistente Virtual com Raspberry Pi Integrado ao Chat GPT’ como o nome diz, propõe a criação de um assistente virtual baseado em um Raspberry Pi, integrado ao modelo de linguagem GPT (Generative Pre-trained Transformer). O objetivo principal é oferecer uma plataforma acessível e educativa que possa contribuir significativamente para a familiarização das pessoas com a tecnologia de inteligência artificial (IA) e aprimorar suas habilidades de interação com sistemas IA.

Foi incorporado um sistema de reconhecimento de voz e síntese de fala para tornar a interação com o assistente mais natural. Isso permitirá aos usuários conversar com o assistente virtual por meio de comandos de voz. Assim, o assistente auxiliará os usuários em tarefas do dia a dia, como definir lembretes, fazer lista de compras e gerenciar compromissos. Ele poderá ainda contar piadas, fornecer informações sobre notícias, previsão do tempo, reproduzir músicas e muito mais para tornar a experiência do usuário mais envolvente.

O último projeto da temática é ‘Pró-Maker – Desenvolvimento de um kit de robótica educacional sem o uso de telas’. Ele enfatiza a utilização de materiais acessíveis, que possuem um custo relativamente baixo em relação às opções disponíveis no mercado.

Nota-se que o tema ‘robótica’ desperta na criança curiosidade em interagir e dominar dispositivos. Dessa forma, a robótica educacional proporciona uma base sólida para o desenvolvimento do pensamento lógico e computacional desde a infância, preparando as crianças para enfrentar as demandas futuras e se tornarem cidadãos ativos em uma sociedade cada vez mais tecnológica.

Apesar dos benefícios, a exposição das crianças a telas deve envolver profundas reflexões sobre os efeitos, benéficos ou comprometimento no desenvolvimento. É pertinente que os pais acompanhem e façam a temporização do uso de telas por crianças. Um estudo realizado no ano de 2020 pela Associação Brasileira de Pediatria (SBP), mostrou que uso excessivo de tempo de telas por crianças pode causar sérios danos à saúde, entre eles: diminuição do rendimento escolar, irritabilidade, problemas posturais, atraso na aquisição da fala, sedentarismo, transtorno de alimentação, problemas visuais e auditivos entre outros.

Programar é considerado por muitos como uma das atividades mais importantes do século XXI, como introduzir desde cedo conceitos de lógica de programação e robótica de uma forma lúdica e atrativa sem oferecer risco a saúde das crianças.

A temática Gamer conta com o projeto ‘LearnBots para o ensino de robótica e programação’. Ele é um jogo educacional e com uma abordagem gamificada, oferece aos alunos a liberdade de construir e programar robôs virtuais através de uma interface de programação em blocos. A plataforma também utiliza realidade aumentada para enriquecer a experiência de aprendizado, permitindo que os alunos vejam o progresso de seus projetos em tempo real. O LearnBots é uma ferramenta educacional completa para preparar os alunos para o futuro da tecnologia.

O LearnBots foi criado com a missão de democratizar o ensino de robótica e programação nas escolas. No mundo cada vez mais digital e tecnológico em que vivemos, a formação em áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) é mais importante do que nunca. Ao tornar o ensino de robótica e programação acessível a todos, estamos contribuindo para preparar a próxima geração para um mundo cada vez mais focado em tecnologia.

Já na temática Transformação Digital / Gamer / Realidade Virtual, o IFS apresenta o projeto ‘Realidade Virtual para Treinamento e Capacitação em Segurança do Trabalho’. Ele remete a um Ambiente em Realidade Virtual (RV) destinado ao treinamento de profissionais de segurança e saúde do trabalho. Ao utilizar esse ambiente, os estudantes são inseridos em uma simulação de um frigorífico, onde colaboram em pares: enquanto um explora o ambiente virtual identificando riscos, o outro auxilia fornecendo equipamentos de proteção individual. Esta abordagem não apenas aumenta a segurança, eliminando a exposição a ambientes reais perigosos, mas também promove comunicação e trabalho em equipe. Além disso, o ambiente em RV oferece maior

Historicamente, a formação desses profissionais envolve visitas presenciais a locais reais, onde os riscos à saúde e segurança são inerentes. No entanto, essa abordagem enfrenta uma série de limitações, desde a exposição direta a perigos até desafios logísticos e de acessibilidade. Adicionalmente, as normas regulamentadoras frequentemente estabelecem restrições ao tempo de permanência em determinados ambientes, comprometendo a eficácia do treinamento.

No estande, os visitantes poderão experimentar a visitação aos ambientes virtuais desenvolvidos por meio do uso de Óculos de Realidade Virtual Meta Quest 2. Serão utilizados dois equipamentos ao mesmo tempo, além de computadores para que seja possível observar o que está sendo visto pelos participantes.

Na temática Sustentabilidade, conta com o projeto ‘Ecotech: Trilhas interpretativas com assessoria tecnológica para aprimorar o ecoturismo e fortalecer as comunidades tradicionais’. Sabe-se que a destruição dos ecossistemas por meio do desmatamento e poluição nas diferentes escalas geográficas têm gerado graves problemas ambientais que impactam toda a sociedade. Salienta-se que as comunidades tradicionais têm sido impactadas diretamente, em sua maioria, estão intimamente ligadas a esses ambientes a partir da extração sustentável desses recursos naturais.

Portanto, em um contexto mundial em que o meio ambiente se mostra gradativamente ameaçado, a busca por atividades integrativas entre sociedade e a natureza se faz muito pertinente. Ao considerar esses aspectos gerais que reverberam na escala local, as práticas em Educação Ambiental (EA) tornam-se demandas planetárias, que devem ser propagadas entre todos na escala local.

A potencialidade ecoturística do município de Estância/SE é fundamentada pelas comunidades tradicionais, são exemplos históricos como as Mangabeiras e Marisqueiras, as quais garantem a ancestralidade e cultura do trabalho artesanal, como fonte basilar ao turismo local. Em face disso, as trilhas interpretativas são embasadas na propagação da história local, a defesa do meio ambiental e o fomento ao ecoturismo no litoral estanciano.

Os visitantes do estande poderão interagir pelos mais diversos sentidos, resultando em uma completa atividade sensorial, por meio de apresentação de fotos e vídeos dos principais pontos turísticos do litoral de Estância/SE, e as tradicionais marisqueiras e mangabeiras em seu ambiente de trabalho: o manguezal e a restinga, respectivamente, Assim como poderão degustar das tradicionais receitas utilizando a mangaba e os mariscos provenientes das marisqueiras e mangabeiras que participam dos projetos do Ecotech.

E na temática Agropecuária e Agroindústria, o projeto ‘Tratotek’ representa uma inovação na agricultura familiar, abordando desafios enfrentados pelos agricultores, como a exposição a defensivos agrícolas e o esforço físico associado ao manejo de culturas além da dificuldade de aplicação eficiente de insumos como defensivos agrícolas e adubos.

O Tratobot é um robô agrícola teleoperado de fácil operação, projetado para realizar a pulverização de defensivos agrícolas e a adubação granular com eficiência e segurança. Uma das principais características do Tratobot é a capacidade de operação remota a uma distância de até 400 metros do operador, o que reduz drasticamente a exposição dos agricultores a insumos químicos perigosos. Além disso, o Tratobot é projetado com uma interface amigável que permite que agricultores de todos os níveis de experiência aprendam a operar e calibrar o robô em menos de uma hora.

A integração da robótica com a agricultura não apenas melhora a segurança dos agricultores, mas também aumenta a eficiência das operações agrícolas. O Tratobot oferece uma aplicação precisa de defensivos agrícolas, reduzindo o desperdício e os custos associados. Além disso, sua capacidade de adubação granular permite uma distribuição uniforme de nutrientes no solo. Esse projeto representa um passo significativo em direção à agricultura sustentável e à proteção do meio ambiente, reduzindo a contaminação de produtos químicos e promovendo a saúde dos pequenos agricultores.

Do Instituto Federal de Sergipe

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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