IFS realiza atividades para receber os novos alunos

Por Anderson Ribeiro

Quando se fala em acolhimento o que lhe vem à cabeça? A mim me vem cuidado, abrigo, abraço, atenção. Dar guarida, aninhar, abarcar, sentir-se em casa. E como anfitrião, lembra-me também de coisas mais subjetivas como receber com alegria, tratar com cordialidade, ter empatia com o outro para que, num futuro que beira o presente, já colegas, ser amistoso, ter solidariedade e respeito.

E é acolhendo que o Instituto Federal de Sergipe inicia, todos os semestres, o calendário letivo em todos os nove campi espalhados pelo estado. A primeira semana do retorno às aulas na instituição é para que os novos alunos se sintam em casa. E para isso, cada campus prepara uma série de atividades com o objetivo de mostrar a cada um que chega, não apenas a infraestrutura física que o IFS dispõe, mas também os serviços, os profissionais e os espaços de convivência, de cultura, de trocas de ideias, de apoios e por que não dizer de acolhimento?

E foi pensando nessas trocas que Aurivar Fernandes, psicólogo do Campus Tobias Barreto, abriu o peito e os braços para saudar os recém-chegados. “Nosso trabalho é tornar o momento, como o próprio termo já diz: acolhedor! Então sintam-se abraçadas, abraçados, abraçades. Além disso, buscamos mostrar o quanto as/os/es estudantes fazem parte de nossa comunidade, tudo foi pensado por e para elas/es/us. O sentimento de pertença  é o nosso foco principal”, ressaltou. Sentimento que o diretor geral do Campus Aracaju, Francisco Gumes, compartilha. “O acolhimento é importante para integrar os novos estudantes a nossa comunidade escolar e desenvolver o sentimento de pertencimento à instituição”, concluiu.

Pertencimento, aliás, foi palavra muito dita em diversos campi durante a semana de acolhimento. Fazer o novo aluno sentir-se à vontade, perceber que o IFS é seu também. “É o momento em que estamos passando a mensagem de desejo, de sucesso, de pertencimento ao campus e ao instituto como um todo. É dizer pra ele: A partir desse momento você faz parte; e todos estão trabalhando para o seu sucesso. Não só na área. Mas para que seja um profissional com formação também cidadã”, como enfatizou Claudia Cardinale, gerente de Ensino do Campus Socorro.

Mas o acolhimento, para além das boas-vindas é ainda um momento de transição; como bem lembrou o pró-reitor de Ensino do IFS, Alysson Barreto. “A maioria dos alunos está saindo do Ensino Fundamental, que tinha uma metodologia de ensino, com um grupo de professores que já conhecia, para uma outra realidade, nova instituição, nova metodologia, novo formato mais independente em algumas situações”, destacou.

Aliás, Alysson também destacou a diversidade do público que o IFS recebe todos os anos. “Os estudantes são oriundos de várias realidades. Então o acolhimento é para dar dimensão do funcionamento de cada campus. Nesse momento, cada um aproveita para realizar atividades culturais; entregar kit escolar com  mochila, squeeze, uniforme, entre outros objetos, momento de conversas com equipes multidisciplinares, que falam de avaliações, horários de estudo; orientam sobre editais, a ter acesso a auxílios previstos na política de assistência estudantil, realizam visitas para que conheçam a biblioteca, laboratórios, salas de serviços de apoio como o Napne, Assistência Social, Psicologia e em alguns casos, os núcleos de direitos humanos recentemente implantados na instituição”, explicou.

No Campus São Cristóvão, por exemplo, o acolhimento foi pensando de uma maneira que o aluno pudesse ter uma imersão real do que seria o ambiente acadêmico. “Buscamos fazer um acolhimento afetuoso com música, mas também dinâmico. Apresentamos os principais sistemas acadêmicos que serão utilizados pelos alunos e inserimos a realização das aulas inaugurais de cada curso como forma dos alunos vislumbrarem, já no primeiro dia, o que é o seu curso, quais são as possibilidades acadêmicas e profissionais, além de que foi possível construir bate-papos educativos com cada turma ingressante”, disse Monique Elles Souza Santos, coordenadora do Alojamento Feminino e presidente da comissão organizadora do acolhimento no Campus.

E quem aprovou a recepção do Campus São Cristóvão foi a mais nova estudante do curso de Agropecuária, Jennifer Layane Barbosa Dantas, ela gostou das boas-vindas: do auditório ao tour pela escola. “As informações que tivemos são essenciais para termos uma boa caminhada pela instituição. Gostei desta diferença. O acolhimento foi algo sensacional. A acolhida dos funcionários do IFS aos alunos é algo que também tem uma grande importância. Pois sentimos muita satisfação ao saber que existem pessoas para nos apoiar. É bom saber que podemos contar com o apoio de todos”, festejou.

Incorporado ao Instituto há quase 15 anos, o Campus São Cristóvão, o mais antigo depois do Campus Aracaju, tem algumas peculiaridades. É uma escola sem muros e o mais extenso da rede, possui uma área superior a 600 hectares e tem diversos prédios descentralizados, além de ser o único que possui alojamentos para permanência de alunos. “Por isso o acolhimento dos estudantes ingressantes é de extrema importância, pois é o primeiro momento de contato com a informação. No caso do Campus São Cristóvão, para muitos, é a primeira vez que se separam do convívio com os pais, pois alguns passam a semana inteira residindo no Campus, que dispõe de alojamento para jovens de ambos os sexos”, detalhou Marco Alindo Nery, diretor-geral do Campus.

Colhendo resultados

Para a pedagoga Cassiana Nascimento Matos, integrante da comissão organizadora do Acolhimento 2023, do Campus Estância, o evento conseguiu contemplar a diversidade de realidades dos estudantes, desde os que acabaram de ingressar aos veteranos. “Atendemos as demandas e os anseios de dois públicos distintos: os que estão chegando e querem se situar, conhecer a nova realidade e se inserir no ambiente escolar; e dos que estão a mais tempo na instituição, que têm uma necessidade maior de compartilhar experiências, de ouvir a trajetória de quem já passou por aqui para se inspirar, se energizar e fazer os ajustes nos seus projetos de vida”, ressaltou.

Uma dessas veteranas é Letycia Vidal, de 17 anos. Ela é aluna do 3º ano, do curso Técnico Integrado de Edificações do Campus Estância e ainda se encanta com o que ouve no período de acolhimento pelo campus. “Foi muito inspirador ouvir o relato de mulheres que passaram pelos corredores do IFS e mostraram que nós podemos sonhar alto”. Na outra ponta e em outro campus, o de Socorro, está Shirney Nunes, aluna do 1º ano do Curso Integrado de Energias Renováveis. Para ela, a perspectiva de futuro profissional na área a deixou feliz. “Eu me senti bem acolhida. Todos os profissionais do IFS são bem receptivos, nos deixaram bem à vontade, eu amei. Também senti que quando eu terminar o Ensino Médio, juntamente com o curso técnico, já estarei preparada para o mercado de trabalho”, projetou.

E de história em história; de registro em registro, várias narrativas foram construindo a semana de acolhimento do IFS. Algumas bem curiosas, a exemplo das experiências trazidas por duas alunas do curso Integrado de Manutenção e Suporte em Informática do Campus Itabaiana. Elas disseram que, antes de entrarem na instituição, sondaram alguns conhecidos para terem uma noção de como era estudar no IFS. Para surpresa delas, o IFS era uma espécie de bicho papão para muitas dessas pessoas. “Lá fora, quando as pessoas falam do IFS é com ‘preconceito’, dizendo que é puxado. O acolhimento fez mudar essa impressão que tem lá fora e nos acolher de verdade deixa mais leve, além da gente se enturmar com o pessoal, pra conhecer um pouco mais”, revelou Laura Freitas. “Muitos me falavam mal porque é difícil. O acolhimento nos ajudou a acalmar e vim com força de vontade para que o ano letivo seja muito bom”, completou a outra aluna, Ivana Lima Carvalho.

Acolhendo novos cursos

Se o Acolhimento é importante para os novos alunos, imagina para os novos alunos de novos cursos? É que três novos cursos foram incorporados a lista dos já ofertados pelo IFS em toda rede.

O Campus Tobias Barreto está dando as boas novas para alunos da primeira turma do Curso Integrado em Administração. Para Márcio Melo, diretor geral do Campus, esse acolhimento tem significado especial. “Ele representa o marco inicial de uma nova fase com esse novo curso. Esse fato nos dá a certeza de que nossa missão, que é de promover a Educação profissional, científica e tecnológica de qualidade alinhada ao arranjo produtivo local, disse.

Já o Campus Socorro está recebendo novos alunos para os cursos Integrados em Manutenção e Suporte em Informática – Antes apenas ofertado na modalidade Subsequente, ou seja, para aqueles que já concluíram o Ensino Médio e em Energias Renováveis. Letícia Gomes é uma das alunas que estão chegando e inaugurando o curso de Energias Renováveis. Ela gostou da maneira como foi recebida no Campus. “As pessoas e os professores me trataram com muito carinho. Ainda estou me adaptando porque ainda estamos na primeira semana de aula. Em breve já me sentirei em casa aqui no IFS”, revelou.

Os pais também são acolhidos

O acolhimento também é um momento muito significativo de contato com os pais. “Eles vão a instituição para deixar seus filhos e neste instante podemos estabelecer um vínculo com eles, de forma que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem”, disse Marco Arlindo, que tem coro com outros diretores, a exemplo de Jeanne de Souza e Silva, do Campus Glória, no Sertão Sergipano. “Com a participação dos pais neste momento de boas-vindas e repasse de informações nosso acolhimento ficou bastante enriquecido. Pois estreita laços conosco, corpo docente, técnicos em educação e com os discentes que já estão estudando no nosso Campus”, ressaltou.

Acolhimento: Outras reflexões

Diante de tantas boas experiências vivenciadas pelos alunos no acolhimento, que tal fazer a dinâmica da ‘Cápsula do Tempo’? É o seguinte: com papel e caneta na mão, escreva uma frase que você gostaria de ler ao final do curso e guarde-a até conclui-lo. Pois bem, esse recado do você do agora para o você do futuro, os alunos do Campus Socorro acabaram de escrever.

“A dinâmica da cápsula do tempo é uma ótima maneira de incentivar a reflexão dos estudantes sobre o que eles gostariam de alcançar ao final do curso e pode ser uma fonte de motivação para eles. Além disso, a abertura da cápsula no final do curso pode ser um momento emocionante para os alunos, pois eles podem ver como evoluíram e se desenvolveram ao longo do período de estudo”, explicou Claudia Cardinale, gerente de Ensino do Campus Socorro.

E enquanto os alunos (e professores e técnicos e colegas) esperam a abertura da Cápsula do Tempo’, toda a comunidade do IFS, no presente, trabalha para que todos possam ter a melhor experiência possível e se surpreendam na hora que lerem o que cada um deixou para si. Certeza mesmo só que teremos muitas e belas risadas e quiçá umas lágrimas; mas de superação.

Visitas Acolhedoras

Também em clima de volta às aulas, a reitora Ruth Sales Gama de Andrade e alguns pró-reitores, visitaram os campi Socorro, São Cristóvão, Itabaiana e Glória, na semana do acolhimento. “Queremos fazer as visitas a todos os campi. É a nossa boas-vindas a todos que chegam para o novo ano letivo na instituição. Ainda faltam cinco”, lembrou Ruth Sales.

A reitora também falou da inauguração do Campus do Alto Sertão Sergipano. “Próxima sexta-feira, dia 24, vamos inaugurar o Campus Poço Redondo e futuramente estaremos fazendo visitas acolhedoras também aos servidores e alunos daquela unidade”, disse Ruth, fazendo alusão as atividades da semana inaugural do calendário letivo do IFS.