Taxas de crédito pessoal e do cartão rotativo avançam para as famílias em novembro
As taxas médias cobradas pelos bancos nas operações de crédito livre para pessoas físicas voltaram a subir em novembro, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central.
Principais aumentos para consumidores
No mês, o juro do crédito pessoal não consignado saltou 5,5 pontos percentuais, alcançando 106,6% ao ano. Já o cartão de crédito parcelado ficou 3,2 pontos acima de outubro, em 181,2% ao ano. O rotativo do cartão, modalidade mais cara do mercado, avançou 0,7 ponto e atingiu 440,5% ao ano.
Mesmo após a regra que limita a cobrança do rotativo ter entrado em vigor em janeiro do ano passado, a taxa ainda exibe variação: recuou 5,4 pontos percentuais nos últimos 12 meses. Para o crédito pessoal não consignado, porém, o aumento no mesmo intervalo chegou a 7,3 pontos.
Considerando todas as operações de recursos livres para famílias, o juro médio avançou 0,9 ponto em novembro e 6,2 pontos em 12 meses, chegando a 59,4% ao ano.
Empresas pagam menos
Entre as pessoas jurídicas, o custo médio das novas contratações de crédito livre recuou 0,6 ponto no mês, mas subiu 2,8 pontos em um ano, situando-se em 24,5% ao ano. Houve destaque para as reduções de 0,7 ponto tanto no desconto de duplicatas e recebíveis (19,3% ao ano) quanto no capital de giro acima de 365 dias (21,8% ao ano).
Crédito direcionado
Nas linhas com regras definidas pelo governo, a taxa para pessoas físicas permaneceu em 10,9% ao ano, estável frente a outubro e 1 ponto maior em 12 meses. Para empresas, houve queda de 2,1 pontos no mês e de 0,7 ponto em um ano, para 11,8% ao ano.
Contexto de juros altos
Somando recursos livres e direcionados, a taxa média das concessões atingiu 31,9% ao ano, alta de 0,1 ponto em novembro e de 3,5 pontos em 12 meses. O movimento acompanha a elevação da Selic, mantida pelo Copom em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006.
O spread bancário — diferença entre o custo de captação das instituições e o juro cobrado dos clientes — subiu 0,3 ponto no mês e 2,5 pontos em 12 meses.
Concessões e estoque de crédito
As concessões de crédito somaram R$ 637,5 bilhões, retração de 6,6% em relação a outubro. Com ajuste sazonal, a queda foi de 1,4%, reflexo de recuos de 2,2% para empresas e 0,6% para famílias. Em 12 meses, as concessões cresceram 8,9%.
O estoque total de empréstimos no Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 6,971 trilhões, expansão de 0,9% no mês. Desse montante, R$ 4,364 trilhões referem-se a famílias e R$ 2,606 trilhões a empresas.
O crédito ampliado ao setor não financeiro chegou a R$ 20,341 trilhões, alta de 1,4% no mês e de 11,2% em 12 meses.
Inadimplência e endividamento
Os atrasos acima de 90 dias permaneceram em 3,8% em novembro, sendo 4,7% para pessoas físicas e 2,3% para jurídicas.
Em outubro, o endividamento das famílias — relação entre saldo das dívidas e renda anual — subiu para 49,3%. Excluído o crédito imobiliário, o indicador ficou em 30,9%. O comprometimento da renda — parcela mensal destinada ao pagamento de dívidas — atingiu 29,4%.
Da 93Notícias