Novo modelo de vale-alimentação e refeição pode poupar R$ 7,9 bilhões por ano, estima Fazenda

Novo modelo de vale-alimentação e refeição pode poupar R$ 7,9 bilhões por ano, estima Fazenda

A Secretaria de Reformas Econômicas (SRE) do Ministério da Fazenda divulgou nesta quarta-feira (12) que o novo sistema de pagamento de vale-alimentação e vale-refeição poderá gerar economia anual de até R$ 7,9 bilhões. As mudanças constam do Decreto 12.712, publicado na véspera, e têm como meta ampliar a concorrência, reduzir custos e aumentar a eficiência do setor.

Como funcionará o novo modelo

O decreto altera as regras dos arranjos de pagamento do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e do auxílio-alimentação. Com a abertura do mercado, o governo pretende estimular inovação tecnológica, ampliar a rede de aceitação e aprimorar os serviços prestados aos trabalhadores.

Segundo a Fazenda, a economia média esperada é de R$ 225 por trabalhador ao ano. A pasta afirma que restaurantes, bares e supermercados devem se beneficiar da redução de custos e, consequentemente, repassar preços menores aos consumidores.

Teto de tarifas e prazo de repasse

O decreto fixa teto de 3,6% para as tarifas cobradas de estabelecimentos comerciais e determina prazo máximo de 15 dias para o repasse dos valores pelas credenciadoras de maquininhas. A pasta estima que essas medidas diminuem a intermediação financeira e preservam as margens dos comerciantes.

Combate a práticas abusivas

O texto proíbe deságios, descontos sobre os valores contratados e prazos de repasse que desvirtuem a natureza pré-paga dos benefícios. Também veda o pagamento de verbas não ligadas à alimentação saudável, com o objetivo de evitar distorções no mercado.

Abertura e interoperabilidade obrigatórias

Arranjos de pagamento que atendam a mais de 500 mil trabalhadores terão de adotar o modelo aberto, permitindo que diferentes instituições emitam cartões e credenciem estabelecimentos. O governo espera que a medida reduza barreiras de entrada e amplie a rede de aceitação, replicando a prática adotada em 2010 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no setor de cartões de crédito e débito.

Os arranjos terão até um ano para implementar a interoperabilidade entre bandeiras, garantindo que o cartão de benefício seja aceito em qualquer estabelecimento credenciado.

Controle permanece com o MTE

A Fazenda ressaltou que a abertura dos arranjos não compromete a fiscalização, que continuará sob responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para a SRE, as medidas criam um sistema de pagamentos mais transparente e competitivo, preservando o foco nutricional do PAT.

Detalhe das estimativas de economia

• Teto de 3,6% para tarifas: R$ 2,9 bilhões

• Redução do prazo de repasse para 15 dias: R$ 0,7 bilhão

• Abertura dos arranjos: R$ 1,6 bilhão

• Interoperabilidade entre bandeiras: R$ 2,7 bilhões

• Total: R$ 7,9 bilhões

As novas regras entram em vigor com a publicação do decreto, e as empresas do setor deverão adequar seus sistemas dentro dos prazos estabelecidos.

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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