Oportunidade de ouro

Oportunidade de ouro

 

Dia 15, na quarta-feira da outra semana, o Presidente Lula deve estar em Sergipe. É uma oportunidade de ouro para se sensibilizar o Governo Federal a apressar a resolução de dois gargalos ao desenvolvimento de dois problemas de infraestrutura do Agreste, e de Itabaiana em particular.

O urgentíssimo, obviamente é a duplicação e adaptação às suas passagens urbanas e suburbanas da BR-235; voltar a ser uma autoestrada de fato, sem reduções obrigatórias como hoje está, além de suas filas intermináveis de lentidão.

Ao trecho entre o quilômetro 9 e 65 da BR-235 é urgentíssimo a sua duplicação. E, nesse intervalo, entre os quilômetros 32 e 54 – o que inclui o Parque Nacional da Serra de Itabaiana (Casa do Doce – Portão Entrada) – é necessário readequação à urbanização, já posta, e em vias de se consolidar.

O segundo gargalo urgente é a questão do abastecimento de água.
Itabaiana, especialmente a cidade, atrofiou-se durante dois séculos e meio devido exatamente aos dois problemas aqui mencionados: a imobilidade, com a falta de transportes terrestres e ausência de navegabilidade; e insegurança hídrica.

Quanto à imobilidade, o irônico é que a cidade nasceu num entroncamento de duas “BRs” da época; em fins do século XVI: o Caminho dos Sertões do Jeremoabo e o Caminho do Sertão do Meio de Salvador a Olinda ou estrada das boiadas, ou ainda Caminho dos Jesuítas.

Já a falta de água foi uma ameaça, sempre concretizada a cada seca periódica, somente sendo dirimida há 30 anos com a tecnologia moderna e sua aplicação.

Contudo, apesar dos investimentos das décadas de 1980-90, a sombra do desabastecimento voltou a rondar de uma década para cá, e a única saída viável é o Velho Chico; o Canal de Xingó, que há mais de 25 anos não sai do papel.

O Canal do Xingó, no mínimo e num primeiro momento reduzirá a demanda das cidades sertanejas por água das barragens do Agreste, o que as farão mais disponíveis unicamente para o universo interserrano.

Reavendo o protagonismo.

Outro gargalo, sempre imperceptível às autoridades sergipanas, eternamente agarradas às praias como caranguejos, como criticava o Frei Vicente do Salvador, em 1627, é a falta de uma grande estrada norte-sul, pelo centro do Estado, notadamente ligando Porto da Folha, Itabaiana, Lagarto e Tobias Barreto em Sergipe, a Batalha e Belmonte em Alagoas e a Itapicuru e Olindina na Bahia. Hoje, o que temos são rodovias rurais adaptadas às autoestradas, mas sem a estrutura necessária para escoar, e muito menos induzir produção.

E a riqueza sempre aparece nas capitais; mas é nos recônditos interiores, nos sertões que ela é produzida. E, se ninguém produzir… sem riquezas.

Não custa nada pedir ao Presidente ajuda para isso, mesmo que não federalize a mesma, como de fato já o é entre Olindina e a fronteira sergipana, com a BR-349. Estaria assim restabelecida parte considerável do velho Caminho do Sertão do Meio do fim do século XVI. Em versão moderna, obviamente.

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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