Operação Chapelier: polícia paulista realiza buscas em Sergipe contra ex-deputado Valdevan Noventa
A polícia de São Paulo realizou nesta quinta-feira (23), buscas e apreensões de documentos em cidades sergipanas. A investigação apura o envolvimento do ex-deputado federal Valdevan Noventa em desvios de recursos do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano (SindMotoristas), no estado paulista.
A operação faz parte de mais uma etapa da operação Chapelier, que investiga extorsão, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
De acordo com o delegado Fonseca Júnior, coordenador da operação, dois municípios foram alvos da operação de hoje: Arauá e Itabaianinha. Na ocasião, foram coletadas provas documentais para identificar a participação de Valdevan em desvio de dinheiro e superfaturamento enquanto atuava no sindicado. “Em uma das casas, conseguimos encontrar o que ligava o dono da residência, que seria outro laranja [pessoas que fornecem seus dados pessoais para ocultar bens de terceiros] de Valdevan, a ele, porque até então era meio obscuro”, detalhou.
Ainda de acordo com Fonseca, na outra casa foi encontrada uma lista com nomes de políticos do estado que estariam envolvidos junto com Valdevan. A polícia também suspeita que o ex-deputado federal pode estar ligado a uma facção de São Paulo, no entanto, ainda é uma hipótese.
A assessoria de imprensa de Valdevan Noventa se manifestou por meio de nota. No documento, disse que se mantém à disposição das autoridades policiais, mas questionou que “coincidentemente ou não, tais ações sempre acontecem quando o mesmo faz qualquer movimentação ou manifestação política. Desta vez, às vésperas de um processo eleitoral para ocupação interina de seu cargo como presidente do Sindmotoristas”.
Na nota, Valdevan disse ainda que “existem pessoas aproveitando-se da operação para criar subsídios para retaliações políticas” e que “lamenta todos os questionamentos que envolvem a seriedade do Sindmotoristas. […] No que tange a transparência, Valdevan esclarece que a entidade tem todas as suas contas aprovadas em assembleias e de modo unânime por toda a categoria”.
Segunda fase
Na segunda fase da Chapelier, que aconteceu em outubro do ano passado, a polícia apreendeu três carros novos, que somados o valor chegava a R$ 600 mil, e cavalos de raça, além de celulares, documentos e relógios. Na época, a polícia informou que foram adquiridos com recursos ilícitos angariados pelo grupo criminoso.
A investigação aponta um relatório técnico de desvios de mais de R$ 30 milhões anuais, apenas de um alvo.
Com informações da PC/SP
Da 93Notícias