Estudantes sergipanos produzem remédios à base de alecrim e bolsas de palha de coqueiro
Dois projetos desenvolvidos por alunos da rede pública estadual de Sergipe foram classificados para a fase final da 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
Os projetos classificados foram: ‘TrioCrim – Três Fitoterápicos à Base de Alecrim’, do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, em Canindé do São Francisco, no alto sertão de Sergipe; e ‘Ecobags de Papel de Palha de Coqueiro: uma alternativa sustentável para substituir as sacolas plásticas usadas na feira livre’, do Colégio Estadual Antônio Garcia Filho, em Umbaúba, no sul sergipano.
O projeto das ecobags tem como objetivo substituir as sacolas plásticas usadas nas feiras livres de Umbaúba, utilizando um material sustentável, reciclável, acessível e fácil de encontrar em Sergipe. “As alunas passaram duas semanas sendo avaliadas virtualmente pelos professores da USP (Universidade de São Paulo) na fase semifinal. O projeto foi muito elogiado pelos avaliadores pela importância ambiental, social e econômica no processo de produção das ecobags, principalmente, para a comunidade local. Estão entre os melhores projetos de iniciação científica do Brasil desenvolvido por alunos do ensino médio”, explicou a professora Darcylaine Martins.
A aluna Iulânia Firmino Dos Santos disse que tudo é muito novo para ela, mas que está sendo muito gratificante. “A ciência chegou para mim no início do ano de 2022, quando fui convidada pela professora Darcy, junto com as minhas colegas, e foi uma surpresa. Conhecer a nossa feira foi o ponto de partida e foi incrível. Daí surgiu a problemática do plástico. Buscando uma solução, nos deparamos com o papel, mas não paramos por aí. Pesquisamos, fizemos testes e chegamos a produzir nossas ecobags”, explicou.
Do Sertão para a USP
O projeto ‘TrioCrim – Três Fitoterápicos à Base de Alecrim’, do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, em Canindé do São Francisco, estuda as propriedades do alecrim, buscando combater os sintomas de tosse, inflamação na garganta e ansiedade, a partir da produção de três fitoterápicos: um xarope, um enxaguante e uma cápsula. Todos eles foram feitos de forma caseira e a baixo custo, utilizando água, mel, alecrim e cravo.
Orientado pela professora Lark Soany e desenvolvido pelos estudantes Marcelo Jorge Dantas, Anny Caroliny de Oliveira Santos e Maria Clara Vitor da Silva, sob a coorientação da professora Marisa Gomes Nobre, o projeto visa à produção de medicamentos naturais à base da planta alecrim. “Estamos radiantes com a classificação do TrioCrim como finalista da Febrace. Acreditamos muito no potencial desse projeto, sentíamos que ele ainda não havia recebido o reconhecimento merecido e, então, nos inscrevemos na Febrace. Quando fomos selecionados para etapa on-line já foi o máximo e ser finalista da etapa presencial é ainda maior”, destacou a professora Lark Soany.
De acordo com a estudante do 3º ano do ensino médio, Maria Clara Vitor, o projeto Triocrim é um sonho que saiu do papel e está só começando. “Nunca me senti tão realizada e orgulhosa de mim. Olhar a lista e ver que conseguimos ir para a final da Febrace é extremamente gratificante. A ciência é vida, transforma e salva”, disse.
O projeto TrioCrim entrará na fase de alicerçar parcerias com laboratórios para que as pesquisas prossigam e possam atestar ou não a qualidade do produto. A partir daí, o produto será enviado para o Conselho de Ética para começar a testagem em humanos.
Próximos passos
Os estudantes e os orientadores dos dois projetos sergipanos viajarão no período de 20 a 24 de março para São Paulo, com o intuito de participar da feira e da premiação da Febrace 2023. Durante a feira presencial, os projetos serão avaliados novamente e os melhores, além das premiações, estarão classificados para a Feira Internacional (ISEF), que acontecerá nos Estados Unidos.
Do A8/Lagarto