Você já ouviu falar do Boletim de Urna Tire suas dúvidas
Neste domingo (2), às 17h do horário de Brasília, a última pessoa da fila na seção eleitoral terminou de votar: é o fim do dia de votação. A partir daí, o que acontece? Quem conta os votos? Como o resultado daquela urna eletrônica é enviado para a Justiça Eleitoral? Pela internet? Em papel? Quem faz isso? As perguntas podem ser muitas e, justamente agora, é a hora de esclarecer qualquer dúvida sobre esse processo. Tudo para poder ir votar com a tranquilidade tendo a certeza de estar utilizando um dos sistemas eleitorais mais modernos e seguros do mundo.
Depois das 17h, quando a votação termina, o presidente da mesa de votação digita no terminal do mesário acoplado à urna eletrônica um código que informa ao sistema que não haverá mais registro de votos. Imediatamente, a urna encerra o modo de votação e, em seguida, imprime pelo menos cinco vias do Boletim de Urna (BU), cada uma contendo um QR Code.
Todas as vias devem ser assinadas pelo presidente da mesa de votação e, se desejarem, também pelos fiscais dos partidos ou federações que estiverem presentes. Aliás, eles poderão pedir que até mais cinco vias sejam impressas para si. Das cinco vias do BU que forem impressas, uma é destinada à fiscalização, outra é guardada pelo presidente da seção eleitoral, duas são anexadas à ata da seção e encaminhadas ao cartório eleitoral, e a quinta é afixada na porta da seção eleitoral para conhecimento público.
Nesse mesmo local, já estará um resumo da zerésima, que foi impressa e colocada ali de manhã cedo, antes de a votação começar. A zerésima tem esse nome porque é o relatório que atesta que naquela urna eletrônica havia zero voto antes de começar a votação.
Mas o que é o Boletim de Urna
Sabe quando uma pessoa vai ao caixa eletrônico do banco em que tenha conta corrente, conta poupança e alguns investimentos e aperta a tecla para emitir um extrato detalhado? Então: o Boletim de Urna é mais ou menos a mesma coisa. Só que em vez de mostrar quanto dinheiro o correntista tem, ele mostra quantos votos cada candidato recebeu naquela seção eleitoral, naquela urna eletrônica, naquele dia de votação. Ou seja: na prática, o BU é a apuração dos votos daquela urna, que é feita automaticamente, ali mesmo na seção eleitoral, diante de quem quiser assistir, sem nenhuma interferência humana.
Assim, os Boletins de Urna mostram a votação individual de cada candidato que concorreu naquela eleição e recebeu votos naquela seção específica, os votos para cada partido político, os votos nulos e os votos em branco, além da soma geral dos votos. Junto a esses dados, obrigatoriamente há um QR Code, que é um código quadrado em preto e branco no fim da tira de papel que pode ser lido com a câmera do celular. Depois de ler esse código, o eleitor pode acessar o aplicativo Boletim na Mão, que confirma que aquele documento é autêntico e que foi emitido por uma urna eletrônica verdadeira.
Ainda, segundo a legislação eleitoral, todos os Boletins de Urna devem mostrar a data da eleição, identificar o município, a zona e a seção eleitoral em que foram emitidos e mostrar a data e o horário do encerramento da votação, o código de identificação da urna eletrônica, a quantidade de eleitoras e eleitores aptos, a quantidade de eleitoras e eleitores que compareceram para votar e quantos não puderam ser identificados pela biometria.
Mas para onde vai o Boletim de Urna
Para efeito de contabilização dos votos, o Boletim de Urna é o meio pelo qual os votos de uma determinada urna eletrônica são transcritos para um meio físico, para poderem ser mais facilmente consultados pelo público. Mas para efeito da totalização dos votos pela Justiça Eleitoral, o que conta mesmo não é tanto o Boletim de Urna impresso, mas sim o local onde estão registradas as informações que ele exibe: a mídia de resultado.
A mídia de resultado é um pendrive que toda urna tem, parecido com os que usamos no nosso dia a dia. A diferença é que os arquivos que a mídia traz possuem uma série de travas eletrônicas de segurança que fazem com que eles só “conversem” com os programas que foram desenvolvidos e lacrados exclusivamente para aquela eleição. Se tentarem colocar a mídia de resultado em um computador comum para acessar os dados, eles não poderão ser alterados.
Depois de imprimir os Boletins de Urna, o presidente da seção eleitoral rompe o lacre da urna eletrônica e retira a mídia de resultado, para enviá-la ao cartório eleitoral da localidade junto com uma via do BU impresso. Lá no cartório, a mídia de resultado é acoplada, num computador que tem os programas da eleição, para ser lida, conferida e, então, ter os dados transmitidos para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
Quando chegam ao Tribunal, esses dados são novamente conferidos eletronicamente, para se ter a certeza de que são somente os dados com os programas privativos da Justiça Eleitoral. Só depois dessa conferência é que o pacote de informações daquela urna passa a ser somado por um supercomputador ao resultado de todas as outras 472.074 urnas, que também receberão votos em todo o Brasil no domingo. Essa é a totalização dos votos, que, no final, informa a todos as brasileiras e a todos os brasileiros qual é o resultado final da eleição.
Neste momento pode surgir uma dúvida: e se a mídia de resultado se perder, for roubada, ou for destruída Os votos daquela urna serão perdidos? A resposta é: de jeito nenhum! A urna eletrônica é dotada de outros equipamentos que também registram os dados que são gravados na mídia de resultado. Assim, se ela se extraviar, esses dados poderão ser recuperados, e a totalização da eleição acontecerá normalmente.
Como posso acompanhar esse processo?
Lembra o QR Code que aparece no fim de cada Boletim de Urna Ele está ali justamente para possibilitar que cada eleitora ou eleitor fiscalize o processo de apuração das urnas eletrônicas nas seções eleitorais e acompanhe a totalização que é feita no TSE. Para isso, basta baixar no celular o aplicativo Boletim na Mão, que está disponível gratuitamente nas lojas virtuais Google Play e App Store.
Por meio do aplicativo, eleitoras e eleitores têm acesso rápido e digitalizado aos conteúdos dos BUs impressos no encerramento das atividades de votação em cada seção eleitoral. O Boletim na Mão possibilita ainda a mesários, auxiliares, fiscais de partidos e eleitores em geral constatarem a lisura das eleições, ao realizar a verificação da correspondência com os resultados totalizados e divulgados na internet pelo TSE após a votação.
Ao acessar o aplicativo Boletim na Mão, a câmera do celular fará a leitura do QR Code, e o app guardará a imagem gerada automaticamente no aparelho. Será possível ainda compartilhar os BUs lidos com outras pessoas por diversas plataformas. Não é preciso conexão com a internet para fazer a leitura do código impresso no Boletim de Urna. A conexão será exigida apenas no momento de visualizar o primeiro conteúdo do boletim lido.
Pelo aplicativo, a cidadã ou o cidadão poderá obter cópia de quantos boletins quiser, bastando que realize a captura do código impresso nos BUs das seções eleitorais. As informações poderão ser comparadas com os dados disponibilizados na internet no mesmo dia da votação, por meio do aplicativo Resultados, também da Justiça Eleitoral, ou na página Resultados, do TSE.
Fonte: TSE
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