Março chama atenção para combate ao câncer de colo do útero
O movimento “Por um Brasil sem Câncer do Colo do Útero” vem ganhando força em todo o País com o apoio de sociedades médicas e de organizações sociais por incentivar mulheres adultas a realizarem seus exames preventivos ginecológicos e a tomarem a vacina anti-HPV. Por isso, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO aproveita a oportunidade para abraçar o “Março Lilás” e para chamar atenção das mulheres sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do combate ao câncer de colo uterino, também conhecido como câncer cervical.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o câncer do colo do útero é um dos mais frequentes tumores na população feminina. A estimativa mundial coloca o câncer cervical como o quarto mais frequente em todo o mundo com 570 mil casos novos todos os anos. Ele é o terceiro tumor maligno mais frequente e a quarta causa de mortes entre as mulheres no Brasil. Para todo o ano de 2022, as estimativas nacionais dão conta de 16.590 casos novos em todo o país. Somente para a Região Nordeste, 5.250 casos novos são esperados, sendo 240 casos novos em Sergipe e 60, em Aracaju.
Fatores de risco
Segundo a American Cancer Society – a Sociedade Americana de Combate ao Câncer – o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente de alguns subtipos oncogênicos do Papilomavírus Humano, o HPV. A infecção genital pelo HPV – um vírus de contato – é muito frequente e, na maioria dos casos, não causa doença alguma. No entanto, em alguns casos, alterações celulares ocorrem e podem desenvolver um câncer.
Outros fatores de risco podem contribuir para aumentar o risco de se desenvolver o câncer do colo do útero. O início precoce da atividade sexual é um deles. O INCA também alerta para o cuidado com a atividade sexual com múltiplos parceiros, com o tabagismo (a doença está direta relacionada à quantidade de cigarros fumados) e, com muita atenção, para o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Prevenção
O câncer de colo do útero pode se evitável com alguns métodos combinados: a vacinação contra os subtipos oncogênicos do HPV; o uso de preservativos com o objetivo de reduzir o risco de contágio do vírus pela via sexual; e o exame preventivo como o Papanicolau, que deve ser realizado periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual com o objetivo de detectar precocemente alterações pré-cancerígenas e tratá-las para não evoluir para um câncer.
Vacinação
O Sistema Único de Saúde – SUS disponibiliza gratuitamente a vacina anti-HPV quadrivalente nas unidades básicas de saúde. A vacina é ofertada com duas doses para meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. Homens e mulheres com HIV/Aids de 9 a 26 anos também devem ser vacinados. A vacina está disponível também para transplantados de medula óssea e órgãos sólidos e para pacientes oncológicos de ambos os sexos de 9 a 26 anos.
Desde o ano passado, o Programa Nacional de Imunizações ampliou a cobertura de vacinação para mulheres com imunossupressão e com idade de até 45 anos. Assim, mulheres com útero vivendo com HIV/ Aids, transplantadas e pacientes oncológicas têm acesso à vacina anti-HPV com aplicação de três doses. A ampliação vacinal se deve pelo risco aumentado que essas mulheres têm para desenvolver o câncer cervical (5 vezes maior) em relação à população geral.
Fonte: AMO