Produção florestal brasileira soma R$ 44,3 bilhões em 2024 e avança 16,7%

A produção econômica gerada por florestas brasileiras, naturais ou plantadas, atingiu R$ 44,3 bilhões em 2024, alta de 16,7% frente ao ano anterior. O resultado, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa aumento de 140% em relação a 2019.
O estudo Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura atribui o avanço à combinação de maior volume extraído e preços mais elevados.
Silvicultura domina o setor
A silvicultura respondeu por 84,1% do valor total (R$ 37,2 bilhões), enquanto o extrativismo vegetal respondeu por 15,9% (R$ 7 bilhões). Desde 1998, a produção proveniente de áreas plantadas supera a das áreas naturais.
Concentração regional
Das 5.570 cidades brasileiras, 4.921 registraram atividade florestal em 2024. Sul e Sudeste concentraram 65,7% do valor nacional:
Sudeste: 34,7%
Sul: 31%
Centro-Oeste: 13,5%
Norte: 11,1%
Nordeste: 9,7%
Minas Gerais liderou entre os estados, com R$ 8,5 bilhões (22,8% do total), seguida pelo Paraná, com R$ 6,3 bilhões (17%). No ranking municipal, General Carneiro (PR) encabeçou a lista, com R$ 674,4 milhões, à frente de Três Lagoas (MS), João Pinheiro (MG), Brasilândia (MS) e Buritizeiro (MG).
Atividade madeireira puxa resultado
A silvicultura é praticamente toda voltada à madeira (98,3%). A repartição do valor é a seguinte:
Madeira em tora para papel e celulose: 40,1%
Madeira em tora para outras finalidades: 24,5%
Carvão vegetal: 21,4%
Lenha: 12,2%
Outros: 1,7%
O volume de madeira em tora para papel e celulose bateu recorde em 2024, alcançando 122,1 milhões de metros cúbicos. Com 19,7 milhões de toneladas exportadas, o Brasil arrecadou US$ 10,6 bilhões, tendo como principais compradores China (43,7%), Estados Unidos (15,8%), Itália (8,8%) e Países Baixos (8,3%).
9,9 milhões de hectares plantados
A área plantada destinada à silvicultura chegou a 9,9 milhões de hectares, distribuídos por 3.552 municípios — dimensão próxima à do estado de Pernambuco. O eucalipto ocupou 77,6% das plantações, seguido por pinus (18,6%) e outras espécies (3,8%).
Minas Gerais possui a maior área de eucalipto (2,1 milhões de hectares), enquanto Ribas do Rio Pardo (MS) é o município com maior plantio da espécie (380,7 mil hectares).
Extrativismo vegetal
No segmento extrativista, a atividade madeireira respondeu por 65,6% do valor gerado. Produtos alimentícios vieram em seguida, com 28,6% (R$ 2 bilhões), metade desse montante proveniente do açaí (50,9%), seguido de erva-mate (26%) e castanha-do-pará (9,7%).
A extração de açaí totalizou 247,5 mil toneladas, 92,9% delas na Região Norte. O Pará liderou com 168,5 mil toneladas (68,1% do total), destaque para Limoeiro do Ajuru, responsável por 20,2% da produção nacional. Já a erva-mate concentrou-se no Sul, onde o Paraná respondeu por 85,8% das 377,4 mil toneladas registradas; São Mateus do Sul foi o principal município, com 17,2% do volume nacional.
Da 93Notícias