Golpe da encomenda falsa usa ‘Total Express’ da Amazon como fachada

Golpe da encomenda falsa usa ‘Total Express’ da Amazon como fachada

 

Mensagens falsas no WhatsApp alertam sobre taxa de entrega e levantam suspeitas de vazamento de dados pessoais

Nos últimos dias, diversos consumidores que realizaram compras na Amazon Brasil têm recebido mensagens via WhatsApp de contas supostamente identificadas como “Total Expresso” — um nome muito parecido com o da transportadora oficial, Total Express, que atua como parceira da Amazon. Nessa falsa comunicação, os golpistas informam que a encomenda está retida e cobram uma taxa via link para liberação do pedido, com dados reais do cliente como nome completo, endereço e código de rastreamento.

Embora as contas aparentem ser verificadas, inclusive com selo azul e número da Índia (+91), trata-se de um golpe de phishing, onde criminosos se fazem passar por empresas confiáveis com o objetivo de roubar dados pessoais ou induzir pagamentos indevidos. Essa estratégia se aproveita do aumento das compras em datas como o Prime Day para enganar usuários que realmente aguardam entregas.

 

O que é phishing e como funciona

O phishing é um tipo de fraude digital em que golpistas imitam empresas confiáveis para capturar informações pessoais ou bancárias. Essa abordagem inclui mensagens, links ou sites falsos que se passam por oficiais para enganar o usuário. Ao clicar em formulários ou links, a vítima acaba fornecendo seus dados aos criminosos.

 

Exposição de dados reais e possível vazamento

Segundo relatos, os fraudadores exibir informações verdadeiras armazenadas durante a compra, levantando intensas dúvidas sobre um possível vazamento de dados cadastrais nos sistemas da Amazon ou da Total Express. Esse nível de precisão nas mensagens tem gerado alerta à proteção dos dados pessoais dos consumidores.

Relatos populares incluem comentários como:

“Os caras sabem todas as informações”
“Até o código de rastreio era idêntico ao da Amazon”

Posicionamentos oficiais

Total Express declarou por mensagens oficiais do Instagram e canais próprios que não realiza cobranças de taxas, impostos ou solicitações de documentos via WhatsApp, SMS ou ligações. A empresa afirmou que não identificou incidentes de segurança em seus sistemas, e atribui os golpes a sites falsos que se aproveitam do nome da transportadora.

Já a Amazon Brasil reforçou por meio de seu canal verificado no WhatsApp que não solicita pagamentos extras fora do site oficial e que orienta os consumidores a ignorarem links suspeitos que cobrem taxas ou peçam dados pessoais.

 

O que a LGPD exige nesse cenário

De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), empresas são responsáveis por proteger dados pessoais coletados. Caso haja indícios de vazamento — como aqueles com dados revelados em mensagens fraudulentas — a empresa deve investigar imediatamente, notificar os usuários afetados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e manter transparência quanto ao incidente.

A omissão pode resultar em sanções, como multas e processos judiciais. A legislação exige que empresas cumpram os princípios de transparência, responsabilidade e prevenção no tratamento de dados.

 

Medidas de prevenção

Desconfie de mensagens com urgência ou cobrança de taxa fora dos canais oficiais da Amazon e Total Express.

Nunca clique em links ou forneça dados pessoais por WhatsApp, SMS ou e-mail não solicitados.

Passe o mouse sobre links (sem clicar) para conferir se o domínio corresponde ao site oficial da empresa.

Habilite a autenticação de dois fatores nos seus acessos, quando disponível.

Ao menor sinal de fraude, denuncie o número no WhatsApp e entre em contato pelos canais oficiais das empresas.

Conclusão: O golpe da “Total Expresso” evidencia como golpistas estão cada vez mais sofisticados ao aproveitar dados reais para enganar os consumidores. Tanto a Amazon quanto a Total Express afirmam que não cobram por canais externos, mas é essencial que qualquer suspeita seja investigada com base na LGPD e em ações transparentes. A circulação de dados pessoais em fraudes aponta para uma necessidade urgente de apuração sobre a origem dessa exposição.

 

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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