“Venda” de terreno da Emurb para a Secretaria de Educação segue sem explicação

“Venda” de terreno da Emurb para a Secretaria de Educação segue sem explicação

 

Algumas negociações financeiras, principalmente quando envolvem recursos públicos, ou seja, que pertencem ao povo, não devem ser apenas honestas, mas também precisam parecer. No caso acima, a Prefeitura de Aracaju, sob a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) seria a “mulher de César”, mas após quase oito anos o gestor tem muito o que explicar para a sociedade em geral, como também aos órgãos fiscalizadores.

Ao povo aracajuano, as explicações supostamente estão sendo dadas na campanha de seu candidato a prefeito, Luiz Roberto (PDT), que mais fala em Edvaldo do que sobre o que pretende fazer. O cidadão em geral é quem vai julgar se vale a pena a continuidade deste projeto político no comando da capital ou não. Com a oposição liderando em todas as pesquisas de intenção, a percepção é que, neste “primeiro julgamento”, Edvaldo e a PMA não estão sendo “aprovados”…

Mas um assunto ganhou espaço nos noticiários e redes sociais foi a denúncia feita pela TV Atalaia, afiliada da Rede Record em Sergipe, levantando uma grande suspeita sobre uma licitação realizada pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Educação, para compra e aluguéis milionários de equipamentos eletrônicos. Fala-se em uma carga com 26 mil notebooks, acessórios e plataformas de ensino que poderia ter custado R$ 55 milhões a menos para os cofres públicos.

Segundo a TV Atalaia, a empresa Multilaser venceu aa licitação com o preço de R$ 89,1 mi, mas foi desclassificada por questões de “configurações dos equipamentos” e perdeu para a Brasinox Comercial LTDA, com o preço de R$ 143 mi. Houve ainda outra negociação da PMA envolvendo o aluguel de displays de 75 polegadas para as escolas, mas segundo a denúncia, a Secretaria de Educação colocou que alguns displays afixados em sua sede e não nas salas de aula, para justificar um contrato de aluguel acima de R$ 28 milhões com a empresa CFL Tecnologias LTDA.

Mas este colunista vai além: há outra negociação financeira envolvendo a PMA que chama muito a atenção: a “venda” de um terreno de propriedade da Emurb, que ocorreu este ano, para a Secretaria Municipal de Educação, uma área no Bairro Coroa do Meio e girou em torno de R$ 40 milhões. O assunto ganhou repercussão após manifestação do vereador Ricardo Marques (Cidadania) na tribuna da Câmara Municipal e propagado pela jornalista investigativa Gleice Queiroz em seu blog.

Agora, mias uma vez, o titular deste espaço, volta a questionar: por que ao invés de “vender” o terreno da Emurb para a SEMED, o prefeito Edvaldo Nogueira não doou aquela área? Não era só enviar um projeto de cessão para a CMA? Isso não geraria uma economia para o erário considerando que foram investidos cerca de R$ 40 milhões naquele negócio? E, como não ofende nunca, o que foi feito com o dinheiro desta operação financeira? Por se tratar de dinheiro do povo, no que ele foi aplicado?

Como bem colocou o vereador e hoje candidato a vice-prefeito Ricardo Marques, em 2021 a PMA “cedeu” um terreno de mais de 50 mil/m² para a Polícia Federal, uma área próxima do terreno “vendido” pela Emurb para a SEMED. E este colunista se soma ao mesmo questionamento feito por Ricardo Marques lá atrás: “se cedeu para um órgão externo como a PF por que não ceder também para uma secretaria do próprio município?”, questionou. Com a palavra a PMA, porque este colunista e a sociedade clamam por explicações da “mulher de César”…

 

Da 93Notícias

Daniela Domingos

Daniela Domingos

Jornalista, professora de Filosofia, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão Pública e Mídias Digitais, e mestranda em Ciências de Dados

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