Sergipana Maria Beatriz entra no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

A ativista que dedicou sua vida à luta pelos direitos de negros e mulheres, Maria Beatriz Nascimento, agora é oficialmente parte do seleto grupo do Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que destaca indivíduos notáveis na história do Brasil. Essa homenagem póstuma foi formalizada pela Lei 14.712/2023, aprovada pelo Congresso Nacional e publicada no Diário Oficial da União.

Nascida em Aracaju em 1942, em uma família de dez irmãos, Maria Beatriz mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Com determinação e superando desafios financeiros, formou-se em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1971. Ela lecionou na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro e ingressou no curso de mestrado em Comunicação Social na UFRJ.

Como historiadora, dedicou-se à pesquisa sobre a formação de quilombos, a resistência cultural negra e o combate ao racismo, produzindo inúmeros artigos enquanto atuava no movimento negro. Em 1981, fundou o Grupo de Trabalho André Rebouças, onde estudou sistemas alternativos organizados exclusivamente por negros em uma especialização na Universidade Federal Fluminense.

No final da década de 1980, ela escreveu e narrou o documentário “Ôrí” (1989), que retratou a história dos negros no Brasil e suas lutas sociais contra os resquícios do racismo legados pela escravidão.

Maria Beatriz teve sua vida interrompida tragicamente em 1995 no Rio de Janeiro, vítima de violência doméstica por parte do companheiro de uma amiga, após aconselhar a separação.

Com essa homenagem a Maria Beatriz, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria agora inclui 67 nomes notáveis, como Zumbi de Palmares, Francisco José do Nascimento, Antonieta de Barros, Luiz Gama e Laudelina de Campos Melo. Esta obra, também conhecida como o Livro de Aço, encontra-se no Panteão da Pátria, no coração da capital federal, na Praça dos Três Poderes.

Fonte: Agência Brasil