Tudo ou nada: Brasil e Jamaica disputam vaga nas oitavas da Copa do Mundo Feminina de Futebol
Nesta quarta-feira (2), é tudo ou nada para Brasil na Copa do Mundo feminina. A seleção enfrenta Jamaica, atual vice-líder do grupo F, e só a vitória fará a equipe de Pia Sundhage avançar às oitavas de final do Mundial. O confronto ocorre no estádio Melbourne Rectangular, às 7h (horário de Brasília).
Marta não deve começar jogando, mas foi a escolhida para falar do jogo nas entrevistas coletivas que antecedem a partida. A atacante frisou que é um mata-mata antecipado, mas o sentimento é de confiança.
“O jogo vai ser nervoso, porque é mata-mata. Para nós, começou um pouquinho antes do previsto. Mas acredito que temos uma equipe qualificada, são situações que acontecem em grandes campeonatos”, disse, em entrevista.
Diferentemente de Andressa Alves, que afirma que o Brasil é o favorito, a Rainha mantém os pés no chão: “Favorito nem sempre ganha. Temos que respeitar o adversário independente de quem está do outro lado. É 11 contra 11”.
Para o técnico da seleção jamaicana, Lorne Donaldson, o confronto será um “Davi X Golias”. Ele afirmou que as Reggae Girlz carregam o título de “azarões” do Mundial. A expectativa dele é entrar em campo “à altura da habilidade” das brasileiras.
“Temos que jogar nosso jogo e precisamos tornar o jogo difícil para o Brasil”, acrescentou a meia Peyton McNamara, em entrevista dada ao lado de Donaldson.
Quem defende a Canarinho?
Pia Sundhage fez mistério sobre a escalação do Brasil, mas deixou claro que todas estão preparadas para a partida. “Um gol muda o jogo totalmente”, destacou a treinadora.
O principal motivo para a derrota do Brasil diante da França foi um erro de marcação, em que Renard chegou sozinha à pequena área e fez o gol. Sobre a situação, Pia garante que “isso não aconteçará de novo”.
O fato de a Jamaica ter conseguido um empate contra as francesas, segundo a técnica, demonstra que vai ser um “jogo difícil”. Além disso, a técnica destaca a velocidade e capacidade física das jamaicanas.
Para conseguir a vitória, Pia espera que as jogadoras da seleção tragam “essa personalidade brasileira, de ataque, e sejam tão felizes dentro de campo como elas são fora. Usar essa energia. Ao mesmo tempo, ser [um time] inteligente e organizado na defesa”.
Angelina, que substituiu a atacante Nycole, está disponível e pode ser uma novidade. Porém, Pia deve manter as atletas que já entraram em campo, inclusive com Marta no banco nos primeiros minutos.
“Essa ‘velha moça’ [Marta] é importante para todos nós, claro, por toda experiência que ela tem. Vamos ver. O plano de jogo contra a Jamaica é muito importante, porque é agora ou nunca”, disse Pia.
A provável escalação do Brasil é: Letícia, Rafaelle (capitã), Lauren, Tamires e Antônia; Luana, Kerolin, Adriana e Ary Borges; Debinha e Geyse ou Bia Zaneratto.
E a Jamaica?
Para Lorne Donaldson, o Brasil vai vir com tudo nos primeiros 15 minutos. “Elas sairão como um bando de hienas selvagens atrás de suas presas. Temos que estar preparados para combater fogo com fogo”, ironizou.
O técnico tem uma grande peça para equilibrar essa agressividade: a atacante Khadija “Bunny” Shaw, expulsa na partida contra o Panamá, está de volta.
Com 1,82 m, ela acumula números impressionantes na seleção, com 55 gols em 39 jogos, e no Manchester City, 29 gols em 39 partidas. Porém, Donaldson afirma que é “apenas uma jogadora” e que vai trabalhar a “unidade coletiva defensiva da equipe”, sem esquecer da importância de contra-atacar.
Portanto, pode-se esperar uma Jamaica com a marcação forte e disposta a atacar nas brechas do Brasil.
Do A8/Lagarto